Zelensky diz que Rússia usa bombas de fósforo contra civis na Ucrânia

Condenadas pelos grupos de direitos humanos, as munições de fósforo branco não estão no rol de armas químicas banidas.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse nesta quarta-feira (13) em um discurso ao parlamento da Estônia que a Rússia estava usando bombas de fósforo na Ucrânia, acusando Moscou de usar táticas terroristas contra civis.

Ele não forneceu evidências e a Reuters não conseguiu verificar de forma independente a afirmação.

“Nas cidades ucranianas, que caíram sob os ataques russos, dezenas de milhares de pessoas já morreram. Nas áreas civis, a Rússia usa todo tipo de artilharia, míssil, bombas aéreas, incluindo bombas de fósforo e outras munições banidas pela lei internacional”, declarou o presidente ucraniano.

“Isso é obviamente terrorismo contra os civis, é uma tentativa de partir o espírito das pessoas, de dominar os ucranianos por décadas ou de apenas destruí-los”, afirmou.

A produção, uso e armazenagem de armas químicas é proibida desde 1997, sob a Convenção das Armas Químicas. Apesar de condenadas pelos grupos de direitos humanos, porém, as munições de fósforo branco não são banidas.

Rússia nega utilizar armas químicas na Ucrânia e afirma que destruiu todo o seu estoque em 2017.

No discurso, Zelensky acrescentou que é preciso encontrar instrumentos para pressionar a Rússia a parar de deportar ucranianos à força. Ele pediu que as sanções à Rússia continuem, dizendo serem a única maneira de forçar o país a concordar com a paz.

Os presidentes da Polônia, Lituânia, Letônia e Estônia vão a Kiev se encontrar com Zelensky nesta quarta-feira, afirmou um conselheiro do presidente polonês.

Os quatro se unem a outros líderes europeus que visitam a capital ucraniana após as forças russas se deslocarem para longe do norte do país no começo do mês.

Fonte: CNN BRASIL

Afinal, a ‘quinta-feira santa’ é feriado? Entenda

A véspera da Sexta-feira Santa não é considerado feriado nacional, mas empresas e funcionários podem fazer acordo para que todos folguem e depois compensem as horas não trabalhadas em outros dias.

Esta semana será curta para muitos trabalhadores brasileiros, já que a Sexta-feira Santa (15) é considerada feriado nacional.

Mas a véspera do feriado, que é popularmente chamada de “quinta-feira santa”, por estar dentro da Semana Santa, é um dia normal de trabalho, segundo advogados trabalhistas – exceto se houver uma lei municipal determinando que o dia é de descanso.

De acordo com Cíntia Fernandes, sócia do escritório Mauro Menezes & Advogados, a quinta-feira pode ser considerada ponto facultativo por estados e municípios, mas isso não obriga os empregadores a liberarem seus empregados.

O que pode ser feito é as empresas e funcionários fazerem acordo para que todos folguem na véspera do feriado e depois compensem as horas não trabalhadas em outros dias.

Lei municipal deve determinar feriado

O professor e doutor em Direito do Trabalho, Eduardo Pragmácio Filho, sócio do Furtado Pragmácio Advogados, destaca que a Sexta-feira Santa é um feriado declarado em lei federal, sendo, portanto, um feriado para fins trabalhistas em todo o país.

E somente uma lei municipal pode determinar que a “quinta-feira santa” é feriado. Nem mesmo uma lei estadual pode dizer que a quinta-feira é considerada como feriado, para fins trabalhistas, ressalta o advogado.

‘Emenda’ deve ser feita com acordo

Cíntia Fernandes afirma que os empregadores podem simplesmente liberar os empregados na quinta-feira sem estabelecer nenhuma condição ou determinar acordo de compensação posterior das horas não trabalhadas. Mas tudo deve ser devidamente esclarecido para que não haja dúvida quanto aos direitos e deveres dos trabalhadores.

A advogada ressalta que, se a empresa permitir a “emenda” da quinta-feira com a sexta-feira, deverá estabelecer no momento do acordo com o empregado as condições para dar esse dia como folga.

Segundo a advogada, se a empresa liberar o empregado sem estabelecer a compensação das horas não trabalhadas, esse dia não poderá ser descontado do salário.

Se houver a necessidade de compensação, essas horas não trabalhadas na quinta-feira poderão ser compensadas em outro dia. Nesse caso, a compensação não pode ser feita no domingo, e deve ser respeitado o limite máximo de duas horas extras diárias.

De acordo com Cintia, o trabalhador pode ainda pedir para o patrão dispensá-lo do trabalho na quinta e depois repor as horas não trabalhadas em outro dia. No entanto, o empregador tem a liberdade tanto para aceitar como para recusar o pedido.

E se funcionário ‘enforcar’ sem avisar?

Na hipótese de o trabalhador “enforcar” a quinta-feira para emendar com a Sexta-feira Santa, sem qualquer acordo prévio, o empregador poderá descontar o dia não trabalhado da remuneração do empregado, explica Cintia.

E, dependendo das consequências da falta, a empresa pode aplicar sanções como advertência, suspensão ou até dispensa por justa causa, respeitando os princípios da proporcionalidade e razoabilidade.

De acordo com Pragmácio Filho, se o empregado decidir folgar na quinta, mesmo que haja expediente normal na empresa, o patrão pode simplesmente abonar a sua ausência ou contá-la como falta. Outra alternativa é acertar com o empregado uma compensação no mesmo mês ou debitar a falta do banco de horas.

Banco de horas

De acordo com Eduardo Pragmácio Filho, as empresas podem ainda liberar os empregados do serviço na quinta-feira e colocar esse período não trabalhado como horas-débito em banco de horas, desde que tudo seja ajustado com o empregado ou que seja autorizado em norma coletiva.

O que significa ponto facultativo

De acordo com o advogado, em muitas localidades, os prefeitos decretam ponto facultativo, mas isso não é considerado feriado para fins trabalhistas.

E quem trabalha na sexta-feira?

De acordo com Cintia, a Sexta-feira Santa é considerada feriado nacional. Portanto, quem trabalha nesse dia tem direito ao pagamento das horas extras em dobro.

Pragmácio Filho salienta que é proibido o trabalho em dias de feriados, segundo o artigo 70 da CLT – somente atividades autorizadas por lei podem funcionar nessas datas. “O comércio, por exemplo, só pode abrir no feriado, como é a Sexta-feira Santa, se tiver uma convenção coletiva autorizando”, observa.

Home office

O advogado Ruslan Stuchi afirma que todas essas regras são válidas também para os empregados que estão trabalhando em home office.

Fonte: G1

TSE convida União Europeia para observar eleições no Brasil

Se o bloco aceitar enviar comitiva ao país, será a primeira eleição no país com a participação de representantes europeus.

Pela primeira vez, o TSE (Tribunal Superior Eleitoral) convidou a União Europeia para ser observadora das eleições no Brasil. A entidade ainda não respondeu, mas a tendência é que envie uma comitiva ao país para monitorar o pleito de outubro.

Nas eleições de 2018 e 2020, o Brasil recebeu observadores da OEA (Organização dos Estados Americanos). A avaliação da entidade é que a votação no Brasil ocorreu de maneira segura e íntegra, representando a vontade popular. Neste ano, a OEA também deve integrar o grupo de avaliadores.

O TSE confirmou ao R7 que, além da União Europeia, convidou entidades como Carter Center, Ifes (Fundação Internacional para Sistemas Eleitorais), Uniore (União Interamericana de Organismos Eleitorais), Parlasul (Parlamento do Mercosul) e CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa). De acordo com a corte, todas as conversas estão em andamento.

A presença dos organismos internacionais é vista no TSE como uma necessidade de ressaltar a segurança do sistema eletrônico de votação e destacar que a comunidade internacional está atenta ao desenrolar das eleições no Brasil. O presidente Jair Bolsonaro (PL) e seus aliados têm questionado a segurança das urnas e chegaram a falar em fraude nas eleições de 2018.

Ministros do TSE têm destacado que o resultado do pleito deve ser respeitado, independentemente de quem vença. O ministro Edson Fachin, atual presidente da corte, afirmou que existe uma preocupação com a segurança da votação e da campanha, assim como com a integridade dos candidatos. Em 2018, o presidente Bolsonaro foi atingido por uma facada durante ato de campanha em Minas Gerais.

Fonte: R7

Ter alergias ou asma pode aumentar o risco de doença cardíaca, diz estudo

Pesquisadores recomendam avaliação de risco cardiovascular nos exames clínicos de pessoas com asma e alergias.

Se você tem um histórico de asma ou alergias, pode estar em maior risco de desenvolver pressão alta e doença cardíaca, segundo uma nova pesquisa. Adultos com idades entre 18 e 57 anos que sofreram de um distúrbio alérgico tiveram um risco maior de hipertensão, de acordo com a pesquisa, que será apresentada em conferência do American College of Cardiology e da Korean Society of Cardiology em Gyeongju, na Coreia do Sul.

O maior risco de pressão alta foi identificado entre pessoas com asma, disseram os pesquisadores. A hipertensão e o colesterol, juntamente com a falta de exercícios, obesidade, diabetes, tabagismo e histórico familiar de problemas cardiovasculares, são os principais fatores que contribuem para doenças cardíacas, de acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC) dos Estados Unidos.

Maior risco de asma

Estudos anteriores também apontaram uma correlação entre distúrbios alérgicos e doenças cardíacas, mas a ligação era controversa, disseram os pesquisadores. Nesta pesquisa recente, os cientistas testaram suas hipóteses usando dados de mais de 10 mil pessoas com alergias que participaram da Pesquisa Nacional de Entrevistas de Saúde de 2012, um inquérito da saúde da população liderado pelo governo dos Estados Unidos.

Dos participantes, cada pessoa tinha asma ou pelo menos um distúrbio alérgico, como alergia respiratória, alimentar ou cutânea.

Além do risco de pressão alta, a pesquisa também identificou um risco maior de doença cardíaca coronária para pessoas com idades entre 39 e 57 anos com alergias. A doença coronária ocorre quando a placa se acumula nas paredes das artérias que fornecem sangue ao coração.

Com base em suas descobertas, os pesquisadores incentivaram os médicos a adicionar uma avaliação de risco cardiovascular aos exames clínicos de pessoas com asma e alergias.

“Para pacientes com distúrbios alérgicos, a avaliação de rotina da pressão arterial e o exame de rotina para doença cardíaca coronária devem ser feitos pelos médicos para garantir que os tratamentos precoces sejam administrados para aqueles com hipertensão ou doença cardíaca coronária”, disse o principal autor do estudo, Yang Guo, pesquisador de pós-doutorado no Hospital de Shenzhen da Universidade de Pequim, na China, em um comunicado.

‘A pergunta é por quê?’

Embora pesquisas anteriores tenham mostrado uma conexão entre ter alergias e um risco aumentado de doenças cardiovasculares, “a questão é por quê?” disse o pneumologista Raj Dasgupta, professor assistente de medicina clínica na Keck School of Medicine da University of Southern California.

“Não podemos realmente mostrar causalidade, mas a ciência indica que está ligada a mediadores pró-inflamatórios, coisas que desencadeiam inflamação no corpo”, disse Dasgupta, que não participou do estudo.

As histaminas, por exemplo, aumentam o fluxo sanguíneo na área que o alérgeno ataca, o que faz com que o sistema imunológico envie anticorpos, desencadeando assim a inflamação. É por isso que muitos medicamentos para alergia são anti-histamínicos, projetados para combater essa resposta inflamatória.

Embora a inflamação seja a maneira do corpo de combater patógenos, uma resposta excessiva ou duradoura é um fator subjacente em muitas doenças crônicas, incluindo diabetes, pressão alta e doenças cardíacas.

Os anti-histamínicos constringem o fluxo sanguíneo, assim como outros medicamentos para alergia de venda livre, como aqueles que contêm a “letra D, que é pseudoefedrina”, disse Dasgupta. “Aqueles estreitam os vasos sanguíneos não apenas no nariz, mas no resto do corpo, o que pode levar à pressão alta e ao aumento da frequência cardíaca”.

Outros medicamentos também podem ter um efeito negativo no sistema cardiovascular, incluindo esteroides frequentemente prescritos para crises e emergências de asma, disse Dasgupta.

“Os esteroides aumentam a pressão arterial, aumentam o açúcar no sangue e tanto a pressão alta quanto os níveis elevados de açúcar no sangue são fatores de risco muito importantes para doença arterial coronariana e acidente vascular cerebral”, disse ele. “Eles também podem causar ganho de peso, que é outro fator de risco”.

Adicione tudo isso a outros gatilhos de inflamação crônica no corpo – como açúcar, alimentos altamente processados e fritos, estresse, sono ruim, falta de exercício e poluição, para citar alguns – a resposta “pode ser multifatorial – a resposta imune, medicamentos e todas essas coisas juntas”, disse Dasgupta.

Fonte: CNN BRASIL

Bolsonaro diz que três ministros do STF querem censurar mídias sociais

Chefe do Executivo voltou a criticar, nesta segunda-feira (11), Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso e Edson Fachin

presidente Jair Bolsonaro voltou a criticar, nesta segunda-feira (11), ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) e do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) e afirmou que os magistrados querem “censurar as mídias sociais” no Brasil.

Em entrevista a O Liberal, do Pará, Bolsonaro abordou o requerimento de urgência ao projeto das fake news, reprovado pela Câmara dos Deputados na última quarta-feira (6), e criticou a atuação dos ministros Alexandre de Moraes, Luís Roberto Barroso e Edson Fachin.

“Não tratava de mérito e sim de requerimento de urgência para o projeto que visava censurar as mídias sociais. Até porque esse projeto tem interesse direto dos três ministros do STF que estão dentro do Tribunal Superior Eleitoral. Eles querem, sim, censurar as mídias sociais no Brasil e não tiveram sucesso por nove votos”, afirmou Bolsonaro.

“Tem muito projeto lá [no Parlamento] que visa coisas boas para o Brasil, e outras como esse, que tratava das fake news, como se o grande problema do Brasil fosse a mentira. E não é esse o grande problema do Brasil. Nossos problemas são outros: desemprego e inflação, que se fazem presentes de forma bastante forte”, completou o presidente.

Os deputados analisaram o pedido para acelerar a tramitação da proposta na semana passada, mas o número mínimo de 257 votos para o andamento da proposta não foi atingido. Na ocasião, 249 parlamentares votaram a favor da medida e outros 207 foram contra. A matéria já passou pelo Senado, em junho de 2020, mas não avançou na Câmara.

Em outro momento da entrevista, Bolsonaro criticou as declarações feitas pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que defendeu a ideia de que os eleitores cobrem deputados “na porta de casa” para reivindicar demandas políticas. “É pela intimidação, ou seja, eles estão certo, tem que fazer o que eles querem, se não vão atazanar a vida da família”, disse.

Na sequência, Bolsonaro provocou Moraes, do STF. “Isso é um crime, isso é um ato antidemocrático. Ô Alexandre de Moraes, isso é um ato antidemocrático, Alexandre de Moraes. Vai ficar quieto? Vai ficar quieto? Então é contra isso que nós lutamos.”

Ainda na entrevista, o presidente informou que uma das prioridades da área econômica é uma nova redução do IPI, sem citar para quais produtos. Bolsonaro destacou ainda que o ministro Paulo Guedes, da Economia, quer criar a Carteira Verde e Amarela, projeto que ainda não saiu da gaveta e tem por objetivo estimular a criação de empregos no país.

A reportagem procurou o STF para repercutir os ataques aos ministros. Em nota, a Corte disse que não vai se pronunciar.

Fonte: R7

Salários em queda limitam crescimento econômico do Brasil

Corte dos rendimentos tira dinheiro dos setores de comércio e serviços e dificulta recuperação pós-pandemia

Os brasileiros amargam um cenário adverso com inflação e desemprego em níveis elevados e queda da renda dos trabalhadores. A “tempestade perfeita” surge diante do processo de recuperação econômica após as perdas causadas pela pandemia do novo coronavírus e tende a dificultar o crescimento efetivo do PIB (Produto Interno Bruto) — soma de todos os bens e serviços produzidos no país — nos próximos anos.

Em fevereiro, o salário médio de admissão dos trabalhadores com carteira assinada caiu a R$ 1.878,66, remuneração 3,15% menor do que a de janeiro e que representa uma perda real de 11,78% em 12 meses. Ao mesmo tempo, o rendimento médio real recebido pelos brasileiros figura em R$ 2.511, o valor mais baixo já registrado para um trimestre encerrado em fevereiro.

Ao avaliar o impacto econômico dos dados na produção, Fausto Augusto Junior, diretor técnico do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos), afirma que investimento e renda do trabalho são as únicas formas de alavancar o crescimento do PIB de uma nação.

“Quando você coloca recursos na parte de baixo da pirâmide, esse dinheiro é injetado na economia. Nós observamos isso com o auxílio emergencial, que impediu um tombo maior do nosso PIB, porque os mais pobres tiveram rodagem na economia”, avalia Augusto Junior.

O presidente do Cofecon (Conselho Federal de Economia), Antonio Corrêa de Lacerda, reforça que os indicadores mais recentes mostram que há mais de 29 milhões de brasileiros economicamente ativos sem uma colocação profissional, o que trava ainda mais o avanço do PIB.

“Além de estarem fora do mercado de trabalho, esses 25% da população ativa não integram o mercado consumidor, também afetado pelo menor poder de compra da população com a alta da inflação. Assim, temos uma expressiva contração do potencial de demanda, afetando o crescimento em uma espiral viciosa”, afirma Lacerda.

Para Augusto Junior, o cenário de queda da massa salarial dos profissionais ocupados transforma a saída do colapso sanitário em uma crise econômica. “Apesar da geração de mais empregos, a quantidade de dinheiro circulando na economia é menor do que há um ano, quando estávamos no auge da pandemia”, lamenta.

Salário mínimo

O ambiente desfavorável para a economia brasileira conta ainda com a perda de poder de compra do salário mínimo, que serve como piso para diversos setores e não é reajustado com ganho real desde 2019.

Anteriormente, a lei nº 13.152, de 2015, determinava que o salário mínimo deveria ser calculado com base na expectativa para o INPC do ano e a taxa de crescimento real do PIB (Produto Interno Bruto) de dois anos antes, o que garantia uma alta salarial.

De acordo com Augusto Junior, do Dieese, a política extinta garantia melhores salários não só aos profissionais remunerados com o piso, mas também elevava a renda dos informais e dos trabalhadores domésticos.

Lacerda, por sua vez, destaca a geração de emprego e renda com o “motor” do crescimento econômico. “Um país com as nossas carências não pode deixar de priorizar o crescimento em bases sustentáveis. […] A ausência de políticas de melhora dos salários, em especial o mínimo e aposentadorias, agrava a questão”, analisa o presidente do Cofecon.

A percepção dos economistas é refletida também nos dados do salariômetro, da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas). De acordo com o indicador, 55,7% das negociações encerradas fizeram os trabalhadores amargar uma perda real em fevereiro e apenas 29,2% tiveram uma nova remuneração com ganho acima da inflação.

Fonte: R7

Ofensiva russa em Donbass “já começou”, diz alto funcionário ucraniano

Explosões no leste ucraniano também ocupado por separatistas pró-Moscou foram registradas

A última ofensiva da Rússia na região leste de Donbass começou, disse um alto funcionário ucraniano nesta segunda-feira (11), alertando que a Rússia continua acumulando forças no local.

Vadym Denysenko, conselheiro do ministro do Interior da Ucrânia, afirmou em comentários na televisão nacional: “Do meu ponto de vista, esta grande ofensiva (no leste da Ucrânia) já começou”.

“Temos que entender que não será a repetição de 24 de fevereiro, quando os primeiros ataques aéreos e explosões começaram e dissemos: ‘A guerra começou.’ A grande ofensiva de fato já começou.”

Autoridades ucranianas e ocidentais disseram nos últimos dias que observaram o movimento de tropas russas para Donbass após grandes reveses para Moscou em um esforço para tomar Kiev.

“Os russos estão acumulando suas forças”, disse Denysenko. “Eles continuam a redistribuir suas tropas e equipamentos para as regiões de Donetsk e Luhansk”.

“Sim, ainda não há grandes batalhas que estão sendo tão discutidas nos últimos dias. Mas, em geral, podemos dizer que a ofensiva já começou.”

Denysenko observou explosões durante a noite na região de Dnipropetrovsk e disse que o bombardeio de Kharkiv, a segunda maior cidade da Ucrânia, também continuou.

Serhii Haidai, chefe da administração militar regional de Luhansk, na Ucrânia, disse que as autoridades ucranianas estão organizando uma “reforço da evacuação” em Donbass, acrescentando que mais trens de evacuação de Luhansk e Donetsk estão programados para 11 de abril.

Fonte: CNN BRASIL

Cientistas rejuvenescem pele de mulher em 30 anos, diz estudo

Pesquisa tem base na mesma técnica de reprogramação celular usada para criar, nos anos 90, a ovelha clonada Dolly

Cientistas da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, conseguiram, pela primeira vez, rejuvenescer em 30 anos as células da pele de uma mulher de 53. Os pesquisadores acreditam que, com a mesma técnica, podem reproduzir os resultados com outros tecidos do corpo.

A capacidade de fazer retroceder o envelhecimento é crucial para prevenir e tratar doenças relacionadas à idade, como problemas cardíacos e neurológicos.

O estudo foi publicado sexta-feira (8) na revista científica eLife por cientistas britânicos, alemães e portugueses do Instituto Babraham, de epigenética, em Cambridge. Ele tem base na mesma técnica de reprogramação celular usada para criar nos anos 90 a ovelha clonada Dolly, no Instituto Roslin, também no Reino Unido.

Ainda em fase inicial, a pesquisa promete revolucionar a medicina regenerativa. “Conseguiremos identificar os genes específicos que rejuvenescem sem ter de reprogramar a célula”, diz Wolf Reik, principal autor do estudo.

Uma das ferramentas para reparar ou substituir as células danificadas com o avanço da idade é a capacidade de transformar células-tronco em células específicas e vice-versa.

As células-tronco surgem no início do embrião e podem se transformar em todo tipo de tecido do organismo humano. Em laboratório, porém, só alguns tipos foram reprogramados, caso das células da pele ou fibroblastos.

Em 2007, após o aprendizado com a clonagem de Dolly, o cientista Shinya Yamanaka transformou células normais em células-tronco, capazes de se tornar qualquer tipo de célula em bem menos tempo. O processo levou 50 dias e usou moléculas batizadas de fatores de Yamanaka.

Os cientistas do Instituto Babraham criaram então um novo método. Nele, os fibroblastos ficaram só 13 dias expostos aos fatores. Assim, perderam os marcadores do envelhecimento, mas mantiveram as funções das células da pele, como a produção de colágeno.

Depois foram procuradas alterações nos marcadores de envelhecimento — determinadas características químicas e genéticas. Por essas medidas, a célula observada era semelhante à de alguém de 23 anos, tanto no aspecto quanto no funcionamento.

Por enquanto, a técnica não pode ser testada clinicamente, pois aumenta o risco de câncer. Mas, dizem os cientistas, com o avanço da tecnologia será possível usá-la para dar mais qualidade de vida aos idosos.

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

Fonte: CNN BRASIL

Em três meses, Brasil ainda não vacinou metade das crianças de 5 a 11 anos contra a Covid

Especialistas alertam que esta é a época do ano em que crianças estão mais suscetíveis a complicações por doenças respiratórias

Iniciada nacionalmente em janeiro, a campanha de vacinação de crianças entre 5 e 11 anos contra a Covid-19 no Brasil ainda não conseguiu cobrir nem metade do público-alvo estimado pelo Ministério da Saúde, que é de cerca de 20,5 milhões de pessoas.

Dados do Ministério da Saúde atualizados em 5 de março mostram que 9,7 milhões de crianças dessa faixa etária começaram o esquema vacinal, o que representa aproximadamente 47,5% do contingente esperado.

Para efeitos de comparação, nas duas semanas entre 17 e 8 de junho de 2021, foram aplicados mais de 22 milhões de primeiras doses em adultos, o que demonstra que a capacidade do sistema não é o problema.

Os postos de saúde estão prontos para vacinar, mas a resistência dos pais tem sido o principal desafio, afirma Flávia Bravo, diretora da SBIm (Sociedade Brasileira de Imunizações).

“O motivo para isso, na minha opinião, é uma falta de comunicação com a população da importância disso, divulgação de notícias falsas que disseminaram insegurança e falta de preocupação”, diz a médica ao manifestar preocupação com o cenário de baixa cobertura vacinal.

Ela cita como exemplo discursos de que as vacinas não têm dados suficientes que atestem a segurança em crianças, o que é mentira, já que os imunizantes passaram pelo mesmo processo de avaliação das versões para adultos e foram aprovados pelos mais respeitados órgãos reguladores do mundo.

Para Flávia, alguns pais têm “a ideia de que estão protegendo os seus filhos mantendo-os desprotegidos por, teoricamente, acreditarem que as vacinas são novas, que podem ser inseguras ou trazer prejuízo no futuro”.

A pediatra Ana Escobar, do Instituto da Criança e do Adolescente do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP (Universidade de São Paulo), lamenta que não haja mais mobilizações nas campanhas de vacinação.

“Não está tendo campanha pública para levar as crianças para vacinar, precisaria de muito mais informação. Na hora em que a cobertura vacinal cai, as doenças começam a aparecer. Só quando as doenças aparecem é que parece que as pessoas correm para o posto para tomar vacina.”

Época de vírus respiratórios aumenta risco

O momento é de alerta para autoridades sanitárias e médicos. Tradicionalmente, outono e inverno são as épocas do ano em que as crianças mais adoecem por infecções respiratórias.

A Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz) chama a atenção em um boletim recente para o aumento de mais de 300% das internações por síndrome respiratória aguda grave justamente entre crianças de 5 a 11 anos, sendo o coronavírus um dos responsáveis por esse fenômeno.

“As crianças tendem a ter quadros mais brandos ou assintomáticos [de Covid], mas não são isentas de risco. E existe o risco de um aumento dos registros de síndrome respiratória aguda grave justamente nessa faixa etária. Elas estão adoecendo e mantendo a circulação do vírus. Com isso, a possibilidade de infectar vulneráveis e o surgimento de novas variantes”, afirma a médica da SBIm.

Além do coronavírus, circulam com mais intensidade vírus sincicial respiratório, influenza, rinovírus, entre outros patógenos que costumam levar crianças ao pronto-socorro.

Cabe ressaltar que a infecção pode se dar por mais de um vírus ao mesmo tempo.

Outro motivo de preocupação é que a Covid-19 em crianças, especialmente após o surgimento da variante Ômicron, pode se apresentar de uma forma “atípica”, segundo a representante da SBIm.

“O que nós temos observado são sintomas como diarreia e dor abdominal, que não são típicos de doenças respiratórias e podem muitas vezes ser confundidos com uma gastroenterite, com uma enterovirose, e na verdade é Covid.”

Por isso, complementa Flávia Bravo, prevenindo doenças para as quais há vacina, fica mais fácil diagnosticar e tratar as outras.

Até o fim de 2021, o Brasil havia registrado 324 óbitos por Covid-19 de crianças entre 5 e 11 anos, segundo dados do Ministério da Saúde.

SIM-P (síndrome inflamatória multissistêmica pediátrica), condição que surge em algumas crianças após a Covid-19, é outro receio entre os médicos.

As mortes provocadas pela SIM-P no Brasil estão acima da média mundial. O Ministério da Saúde havia registrado ao menos 85 óbitos por essa síndrome até o fim do ano passado.

Medidas para estimular vacinação

Ana Escobar enfatiza que a baixa cobertura vacinal contra a Covid-19 em crianças é um reflexo do que está ocorrendo com outras vacinas, como a do sarampo.

“Por exemplo, agora vamos começar a vacina da gripe, tem pouquíssima propaganda sobre a importância da vacina da gripe. A cobertura vacinal infantil no Brasil está preocupantemente baixa. Falta propaganda, esclarecimento às pessoas para levar as crianças [aos postos]. As crianças estão à mercê de doenças que já não ouvimos falar há décadas.”

Um levantamento da Undime (União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação) mostra que apenas 37% das cidades brasileiras exigem certificado de vacinação nas escolas infantis.

O objetivo nesse caso não é impedir o acesso das crianças à escola, mas alertar Conselhos Tutelares para que entrem em contato com as famílias.

“É uma ação que tem que envolver toda a sociedade”, ressalta Flávia Bravo.

Fonte: R7

Mundo pode estar à beira de uma nova era inflacionária, diz chefe do BIS

Segundo o porta-voz, a guerra na Ucrânia e a pandemia são fatores que contribuem para a persistência dos preços altos

O gerente-geral do Banco de Compensações Internacionais (BIS, na sigla em inglês, instituição conhecida como o ‘banco central dos bancos centrais’), Agustín Carstens, afirmou que o mundo pode estar à beira de uma “nova era inflacionária”.

As pressões que têm jogado os índices de preços para cima devem persistir por mais algum tempo em meio aos efeitos da pandemia e da guerra na Ucrânia e afetam, segundo ele, não só as economias desenvolvidas mas também os países emergentes, onde os preços estão no maior patamar em mais de duas décadas.

“Depois de mais de uma década lutando para atingir a meta de inflação, os bancos centrais agora enfrentam o problema oposto. A mudança no ambiente inflacionário foi notável”, disse Carstens, ao ministrar a palestra “O retorno da inflação”, no Centro Internacional de Estudos Monetários e Bancários, em Genebra, na Suíça. Segundo ele, novos fatores estão surgindo e pressionam para cima a inflação. Ele citou impactos advindos da guerra, que têm se refletido nos mercados de energia, alimentos e muitas outras commodities e também dos mercados de trabalho, com as pessoas procurando compensar as reduções reais de salários corroídos pelo aumento de preços nas economias.

Não bastasse isso, fatores estruturais que mantiveram a inflação baixa nas últimas décadas podem diminuir à medida que a globalização se reduz, explicou.

A maior atenção em relação à inflação elevada, segundo ele, é para as economias desenvolvidas como, por exemplo, os Estados Unidos.

Segundo Carstens, quase 60% desses países estão com inflação anual acima dos 5%, um aumento de mais de 3 pontos porcentuais em comparação com as metas típicas para o indicador. “É a maior desde o fim da década de 1980”, disse.

As economias emergentes também têm visto o aumento dos preços, de acordo com o porta-voz do BIS. Na maioria desses países, a inflação está acima dos 7%. “Além de um curto período em torno da Grande Crise Financeira, refletindo fatores muito específicos e de curta duração, esta é a maior inflação em mais de duas décadas”, afirmou ele.

O que explica a inflação alta

Ex-presidente do Banco Central do México, Carstens disse que o aumento da inflação resulta da confluência de três fatores: um mercado surpreendentemente forte em termos de demanda agregada, com as economias se expandindo mais rapidamente da pandemia do que em outras crises; demanda forte em bens e serviços e, por último, uma oferta que não consegue acompanhar o aumento da demanda.

“A economia mundial está em uma situação diferente da vista três anos atrás por causa da pandemia, da extraordinária resposta fiscal, monetária e regulatória a ela e da guerra na Ucrânia”, resumiu o porta-voz do BIS.

Segundo ele, o risco de um ambiente inflacionário persistente traz implicações para a atuação dos bancos centrais e suas políticas monetárias e fiscais.

As autoridades poderão, contudo, ter de rever como agem em relação ao aumento de preços causado do lado da evolução da oferta.

“A boa notícia é que os bancos centrais estão atentos aos riscos (da inflação)”, afirmou, acrescentando: “Ninguém quer repetir os anos de 1970”.

Carstens disse que “parece claro” que os juros precisam subir para níveis mais apropriados para o ambiente de inflação mais alta. As taxas, conforme ele, terão de ficar acima dos “patamares neutros”, quando é possível combater os preços elevados sem diminuir a atividade.

“O ajuste às taxas de juros mais altas não será fácil”, avaliou o porta-voz do BIS, mencionando que famílias, empresas, mercados financeiros e governos se acostumaram demais a baixas taxas de juros e condições financeiras acomodatícias, refletidas também em “níveis historicamente elevados” da dívida privada e pública. “Será um desafio arquitetar uma transição para níveis mais normais e, no processo, definir expectativas realistas sobre o que a política monetária pode oferecer”.

Carstens disse que a chave para o crescimento sustentável das economias não passa por uma política fiscal ou monetária expansionista.

Para ele, deve-se fortalecer a capacidade produtiva dos países. “De fato, isso está bem atrasado. Os bancos centrais fizeram mais do que sua parte na última década. Agora, é a hora de outras políticas tomarem o bastão”, concluiu.

Fonte: CNN BRASIL