Jesus conta três parábolas para ensinar
sobre a perda e resgate de ovelha perdida.
O termo resgate traz a conotação de libertação de algum tipo de cativeiro, através do pagamento de certo preço. A palavra liberdade é ilustrada pelo termo heb, pidyon em Êxodo 21:30, que se refere aquilo que é comprado, isto é libertado. A idéia de libertar é expressa pelo termo ga’al é usado para descrever a libertação do Egito (Is 51:10).
Liberdade, portanto, é a capacidade que o indivíduo tem de ir onde quiser e fazer o que lhe apraz. A Bíblia expressa o conceito de liberdade, tanto no aspecto físico como no espiritual de diversas formas. Só Deus tem liberdade absoluta, pois não está sujeito a nenhuma condição externa. Já os seres humanos, embora não sejam totalmente livres, podem gozar de relativa liberdade em diferentes áreas da vida social, econômica, política e espiritual.
A Lei de Moisés estabelecia o ano do jubileu em que os escravos tinham a oportunidade de conquistar a liberdade (Lv. 25-27). O êxodo do Egito mostra Deus conduzindo o povo de Israel à liberdade (Levítico 25-27). Quando o apóstolo Paulo fala de homem livre (Cl 3:11) está se referindo aos direitos de cidadania. Na época de Paulo, sob o ponto de vista político, o indivíduo podia ser um cidadão romano, portanto um homem livre (At 22:28), ou alguém sem cidadania que não era considerado livre perante a Lei romana. Como cidadão romano, o apóstolo Paulo tinha certos direitos, em particular o direito a um julgamento justo.
Preço – O termo grego lytron era preço de libertação para um escravo. O Senhor Jesus usou essa palavra ao falar de sua própria morte (Mt 20:28). Praticamente o mesmo significado é transmitido por antylitron (1Tm 2:6), exceto que a idéia de troca é enfatizada. Sendo o próprio resgate Cristo redime os pecadores da escravidão do pecado e da condenação da lei.
A morte tem seu processo contrário à vida. Quando Deus formou o homem, uniu o pó da terra (corpo) ao fôlego de vida (espírito, consciência, razão) e o homem passou a ser alma vivente. Na morte, esses elementos separam-se. Um não existe de modo independente do outro. Logo, a consciência ou a razão não pode estar ativa sem o corpo, e este não pode mover-se sem a consciência ou razão. São interdependentes.
No campo espiritual, Jesus explicou que as pessoas são libertas quando conhecem a verdade (Jo 8:32). Ele é a verdade (Jo 14:6). Jesus também declarou que se Ele, o Filho de Deus libertar alguém, esta pessoa será verdadeiramente livre (Jo 8:36). O pecado escraviza; Cristo liberta. O apóstolo Paulo ressaltou que até mesmo a lei pode escravizar o indivíduo, se não for aplicada adequadamente. A obediência à lei, quando praticada mecanicamente e sob coação, é algo que cerceia e restringe a liberdade individual. Cristo nos liberta das amarras da lei (Gl 5:1, 13). Libertos das garras do pecado o cristão pode escolher servir a Deus (Rm 6:22). O Apóstolo Paulo enfatiza a liberdade espiritual dos cristãos (1Co 7:22). A liberdade espiritual dos outros seres humanos torna-se preocupação dos que foram libertos por Cristo.
Por Valdely Cardoso Brito