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CASAIS COM PAZ E VIDA

Apesar das extensas filas em todo o país nos Centros de Referência e Assistência Social (Cras), responsáveis pela inscrição no Cadastro Único (CadÚnico) — porta de entrada de programas assistenciais do governo federal —, o Ministério da Cidadania afirma que não há pessoas esperando pelo Auxílio Brasil. No entanto, segundo dados do último dia 11, somente no município do Rio de Janeiro, 83.348 pessoas estavam inscritas aguardando a liberação do benefício.

Além de passar madrugadas nas calçadas para fazer a inscrição, não há garantia de recebimento. E a espera por uma resposta é grande. Embora a pasta garanta que da inscrição até o pagamento do auxílio a espera seja de até 45 dias, o EXTRA ouviu relatos de pessoas que esperaram muito mais do que o tempo informado pelo ministério.

“As famílias que se inscreveram no Cadastro Único e atendem aos critérios de elegibilidade do Auxílio Brasil serão incluídas na folha de pagamento do programa em até 45 dias. Vale ressaltar ainda que a inscrição no Cadastro Único não garante a entrada imediata nos programas sociais ou o repasse imediato de recursos: a inclusão ocorre de acordo com a legislação de cada um dos programas e a disponibilidade orçamentária. Hoje, todas as famílias regularmente cadastradas no Cadastro Único que atendem aos critérios de elegibilidade do Auxílio Brasil recebem, no mínimo, R$ 600 por mês. Ou seja: não há fila de espera para entrada no programa”, informou a pasta, em nota. É importante destacar que os R$ 600 a que se refere a Cidadania somente serão pagos até dezembro deste ano. Em janeiro, o valor do auxílio voltará para R$ 400.

Renato Augusto Francisco, de 45 anos, vive nas ruas do bairro da Glória, na Zona Sul do Rio, e deu entrada no Auxílio Brasil há três meses. Até agora, nada de receber o benefício, que faz muita falta para quem está em condição de vulnerabilidade social.

— Com esse dinheiro queria arrumar um quartinho pra morar e ter pelo menos uma refeição por dia garantida — diz Francisco.

O período de espera foi o mesmo para Mônica Lima, de 37 anos, moradora do Lins, na Zona Norte, mãe solo de um menino de 1 ano:

— Fiz a inscrição no CadÚnico depois de enfrentar uma fila enorme, esperei muitas horas para ser atendida, e o auxílio só começou a ser pago três meses depois. E quem não consegue sequer ser atendido sem madrugar na rua? Esse foi o caso de Bruna Ingrid da Silva, de 39 anos, que mora em Cosmos, na Zona Oeste.

— Fui ao Cras de Inhoaíba e me informaram que teria que agendar o atendimento. Pedi, então, para marcar, e a moça do balcão disse que só teria vaga em abril do ano que vem — espanta-se Bruna, que procurou o Rio Poupa Tempo de Bangu.

Ela foi mais uma das centenas de pessoas que pernoitaram na fila para garantir atendimento. Na sexta-feira passada (dia 14), foram distribuídas 200 senhas, e Bruna conseguiu fazer o cadastro.

Procurada, a Secretaria Municipal de Assistência Social (SMAS), responsável por 47 Cras na cidade e 15 polos de atendimento emergencial, informou que não há distribuição de senhas nem agendamento para realização do cadastro.

“O atendimento é realizado de acordo com a capacidade de cada unidade”, informou em nota.

Quem tem direito

O Auxílio Brasil é destinado a famílias em situação de extrema pobreza. Famílias em situação de pobreza também podem receber desde que tenham, entre seus membros, gestantes ou pessoas com menos de 21 anos.

As famílias em situação de extrema pobreza são aquelas que possuem renda familiar mensal per capita (por pessoa) de até R$ 105. As em situação de pobreza têm renda familiar mensal per capita entre R$ 105,01 e R$ 210.

Para tirar dúvidas

O beneficiário pode ligar no telefone 121, do Ministério da Cidadania, para saber se tem direito ao Auxílio Brasil e o valor que será pago. Também é possível obter informações sobre o benefício pela dentral de atendimento da Caixa, pelo telefone 111.

Também é possível fazer a consulta pelo aplicativo Auxílio Brasil (disponível para download gratuitamente para Android iOS). Basta fazer o login utilizando a senha do Caixa Tem. Caso não a tenha, basta efetuar um cadastro. No aplicativo Caixa Tem, poderão ser consultadas informações sobre o benefício, como saldo e pagamento de parcelas.

Fonte: Extra Globo

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