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CASAIS COM PAZ E VIDA

Descoberta deve ajudar a entender o que tornou o planeta tido como “gêmeo da Terra” inabitável

Fotografar algo que nunca foi fotografado antes, foi o que fez a missão Parker Solar Probe, da NASA. O modelo? O planeta Vênus, que pela primeira vez tem a sua superfície registrada do espaço, em luz visível. Imagens que servem não apenas para matar a curiosidade dos que vivem na Terra, mas, segundo os cientistas, também podem ajudar a aprender mais sobre a geologia da superfície de Vênus, quais minerais podem estar presentes lá e como se dá a evolução do planeta.

Conhecido por suas semelhanças com o planeta Terra, Vênus é hoje inabitável, dada as temperaturas extremas e a existência de adversidades como nuvens tóxicas, mas pesquisadores desconfiam que nem sempre foi assim e defendem que informações como as captadas pela missão podem ajudar na busca para entender por que Vênus se tornou inóspito e a Terra se tornou um oásis.

Envolta em nuvens espessas, a superfície de Vênus é geralmente encoberta. Mas, em dois sobrevoos recentes do planeta, a sonda Parker usou seu Wide-Field Imager, ou WISPR, para visualizar todo o lado noturno em comprimentos de onda do espectro visível, ou seja, do tipo de luz que o olho humano pode ver.

As imagens, combinadas em um vídeo, revelam um leve brilho da superfície que mostra em diferentes tonalidades, características distintas do planeta, como a localização de regiões continentais, planícies e planaltos. Como as regiões de maior altitude são mais frias do que as áreas mais baixas, elas aparecem como manchas escuras em meio às planícies mais brilhantes. Assim, é possível ver diferentes características na superfície venusiana, como a região continental Aphrodite Terra, o planalto Tellus Regio e as planícies Aino Planitia. Também foi identificado um halo luminescente de oxigênio, que pode ser visto ao redor do planeta.

Missão Parker

A missão Parker Solar Probe tem como principal objetivo investigar o vento solar, mas desde 2020, durante seu terceiro sobrevoo, os pesquisadores aproveitam a órbita seguida pela sonda para registrar algumas imagens extras de Vênus. A ideia era usar o WISPR para visualizar os topos das nuvens que cobrem o planeta e colher informações para medir sua velocidade.

Ao invés de registrar apenas as nuvens, o WISPR surpreendeu e também viu a superfície do planeta. As imagens foram tão impressionantes que os cientistas ligaram as câmeras novamente durante a quarta passagem da sonda, em fevereiro de 2021. Durante esse sobrevoo, a órbita da espaçonave se alinhou perfeitamente para que o WISPR fotografasse o lado noturno de Vênus na íntegra.

O brilho de Vênus

“A superfície de Vênus, mesmo no lado noturno, tem temperaturas em torno de 860oC. É tão quente que a superfície rochosa de Vênus se torna visivelmente brilhante, como um pedaço de ferro retirado de uma forja”, explicou Brian Wood, principal autor do novo estudo e físico do Laboratório de Pesquisa Naval, em comunicado publicado pela NASA.

Mesmo sendo brilhante, Vênus é difícil de ser registrado, já que as nuvens obstruem a maior parte da luz visível que vem de sua superfície. Além disso, embora os comprimentos de onda visíveis mais longos passem por essas nuvens, no lado do dia, a luz se perde em meio ao brilho do sol. O que aconteceu na missão foi que, na escuridão da noite, as câmeras WISPR foram capazes de captar esse brilho fraco causado pelo calor que emana da superfície.

Fonte: Revista Galileu

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