Bianca Pagliarin te aguarda HOJE no Encontro de Mulheres na Sede Nacional em São Paulo

Dia 1º de abril é considerado como o Dia da Mentira. Mas você é convidada a declarar conosco o tema de nosso encontro: O DIA DO FIM DA MENTIRA.

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Sua vida nunca mais será a mesma!

Por Pra. Daniela Porto

Violência em escolas: novos casos após ataque em SP reforçam poder do ‘efeito contágio’

Pelo menos 20 agressões ou tentativas ocorreram nos últimos dias em escolas pelo país. Psicólogas e governo estadual veem perigo em compartilhamento excessivo de imagens de violência.

Após o ataque à Escola Estadual Thomázia Montoro, São Paulo e outros estados têm registrado aumento significativo de casos de ameaças e de porte de armas por alunos no sistema educacional. Esse fenômeno é conhecido como “efeito contágio” e é detectado entre crianças e adolescentes, expostos exaustivamente a cenas de violência pelas redes sociais e pelos noticiários.

Segundo um levantamento realizado pelo R7, pelo menos 20 novos casos que envolveram crianças e adolescentes ocorreram em São Paulo, no Rio de Janeiro, na Paraíba e no Mato Grosso do Sul, entre segunda e quinta-feira. Os episódios vão desde ameaças de morte por mensagens de aplicativo e bilhetes até o porte de armas brancas ou de fogo falsas.

Para psicólogas ouvidas pela reportagem, o acesso sem controle às imagens do circuito de segurança do ataque — que vitimou a professora Elisabeth Tenreiro, de 71 anos, e deixou quatro pessoas feridas nesta segunda-feira (27) — pode ter estimulado jovens a planejarem e a praticarem atos de violência similares.

Elaine Alves, psicóloga especialista em luto e coordenadora do Niped (Núcleo de Intervenções Psicológicas em Emergências e Desastres), e Leila Tardivo, professora do Instituto de Psicologia da USP (Universidade de São Paulo), afirmam que o compartilhamento desses vídeos não é responsável pela criação de novos eventos, mas funciona como um estímulo a jovens que já têm essa propensão.

Comportamento

A doutora em psicologia clínica pela USP Joana Vartanian explica que o comportamento humano é desenvolvido a partir de interações sociais. Como a identidade de crianças e adolescentes está em formação, é comum a reprodução de ações de outras pessoas como uma espécie de espelho.

“O jovem vê um comportamento que funciona e acaba imitando para atingir algum fim de ordem emocional, de acolhimento ou de valorização social. Isso é muito mais forte entre crianças e adolescentes, que são mais influenciáveis. Já os adultos têm a identidade mais fortalecida”, afirma Vartanian.

A psicóloga também destaca que jovens com “déficit de habilidades emocionais ou de recursos emocionais” são mais vulneráveis à exposição de conteúdos violentos e suscetíveis à reprodução desses comportamentos. Isto é, não é qualquer adolescente e criança que vai reproduzir atos violentos, como o ataque à escola. É necessário analisar a bagagem de cada um.

Protagonismo

Segundo especialistas, uma das maneiras de evitar o efeito contágio é não oferecer protagonismo ao aluno infrator, impedindo uma possível glorificação pelos jovens. “O perpetrador do ataque ganha uma fama, uma visibilidade dentro da invisibilidade. As imagens vão levar subsídios [a potenciais ataques]”, diz Elaine Alves.

No início da semana, uma mãe relatou que o filho foi ameaçado por outro estudante em uma escola, em Itapecerica da Serra, na Grande São Paulo. O adolescente teria feito promessas de um ataque similar ao contra a Escola Estadual Thomázia Montoro, na Vila Sônia.

Em Santo André, de acordo com a SSP (Secretaria de Segurança Pública), um aluno também ameaçou a professora durante a aula dizendo que os docentes deveriam ser esfaqueados. Ele citou o caso da zona oeste paulistana como inspiração.

Leila Tardivo acredita que o caminho para impedir a perpetuação do efeito contágio não é a proibição da exibição desse tipo de evento nos noticiários. Casos extremos de violência nas escolas devem ser discutidos, porém sem dar notoriedade ao responsável pelo ataque. A questão deve ser veiculada de forma mais ampla e analítica, como nos casos de suicídio.

“As crianças estão resolvendo os problemas por meio da violência. Se a comunidade e os pais são violentos, esse comportamento será reproduzido. É preciso trabalhar por uma cultura de paz nas escolas, além de ter uma visão abrangente acerca do problema. É uma questão social”, reitera a professora do Instituto de Psicologia da USP.

Luto

A divulgação exaustiva das imagens do ataque à escola também representa um obstáculo à elaboração do luto pelos alunos, professores, funcionários e por toda a comunidade envolvida. Com experiência de 30 anos em psicologia de luto, Alves explica que a morte da professora Elisabeth é pública e a repetição das cenas de violência os faz permanecer neste pesadelo.

“Agora é muito comum que os alunos tenham insônia ou pesadelo. Eles ainda não se sentem a salvo, e essas cenas que se repetem não ajudam nisso. O luto não afeta apenas individualmente, mas de forma intrageracional”, diz a coordenadora do Niped.

A psicóloga cita o massacre de Realengo (RJ), que deixou 12 alunos mortos após um jovem de 23 anos invadir a escola armado, como o luto pode ser intrageracional. As sobreviventes do ataque ainda não conseguiram superar completamente as perdas, por isso essas questões emocionais acabam sendo transferidas para os filhos.

Além de atingir a comunidade envolvida com a Escola Estadual Thomázia Montoro, o medo afeta alunos e funcionários de todo o sistema educacional. Muitas pessoas não querem mais estudar ou trabalhar com receio de possíveis episódios de violência.

Alerta

A Secretaria de Segurança Pública divulgou, na terça-feira (28), que a ampla disseminação das imagens do atentado à escola na capital paulista estaria provocando o efeito contágio e o surgimento de novas tentativas de ataque.

“Peço que cada um reveja a sua responsabilidade enquanto sociedade. Que a imprensa não reproduza exaustivamente as imagens das agressões e que a população não compartilhe em redes sociais. O efeito contágio é uma realidade e está demonstrando na prática o que acontece quando um caso é divulgado exaustivamente dessa maneira”, afirma o secretário de Segurança Pública Guilherme Derrite.

Fonte: R7

STF tem maioria para derrubar prisão especial a quem tem diploma universitário

Seis ministros da Suprema Corte entenderam que a condição viola princípio da isonomia.

A maioria dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) entende que deve ser derrubado o direito de prisão especial para pessoas com diploma de ensino superior. Para o relator do caso, ministro Alexandre de Moraes, esse direito é inconstitucional por ir contra o princípio da isonomia.

Acompanharam o entendimento do relator os ministros Cármen Lúcia, Rosa Weber, Dias Toffoli, Edson Fachin e Roberto Barroso.

O caso está sendo analisado no plenário virtual do Supremo. No formato, não há debate entre os ministros, que proferem seus votos em um sistema eletrônico. A análise começou nesta sexta-feira (24) e vai até 31 de março.

A previsão da prisão especial está no Código de Processo Penal: “Art. 295. Serão recolhidos a quartéis ou a prisão especial, à disposição da autoridade competente, quando sujeitos a prisão antes de condenação definitiva: […] VII – os diplomados por qualquer das faculdades superiores da República”.

Em trâmite desde 2015, a ação julgada foi ajuizada pela Procuradoria-Geral da República (PGR). O órgão questionou se o “privilégio” ofende os princípios republicanos da dignidade da pessoa humana, da isonomia e os objetivos fundamentais da República.

Para Moraes, a concessão de um direito à prisão especial para portadores de diploma de nível superior “parece ser verdadeira ‘jabuticaba’ brasileira”. O ministro disse que encontrou uma situação semelhante só no Código de Processo Penal espanhol.

Conforme o magistrado, a previsão é uma “medida estatal discriminatória”, que promove a “categorização” de presos e fortalece desigualdades, “especialmente em uma nação tão socialmente desigual como a nossa, em que apenas 11,3% da população geral possui ensino superior completo”.

“Não me parece existir qualquer justificativa razoável, à luz da Constituição da República, que seja apta a respaldar a distinção de tratamento a pessoas submetidas à prisão cautelar, pelo Estado, com apoio no grau de instrução acadêmica, tratando-se de mera qualificação de ordem estritamente pessoal que, por si só, não impõe a segregação do convívio com os demais reclusos”, afirmou.

O ministro Edson Fachin acompanhou o voto do relator, mas fez uma ressalva. Disse que qualquer preso –seja com diploma universitário ou sem- pode ficar separado da população carcerária, se for constatada ameaça a sua integridade física, moral ou psicológica. Dias Toffoli seguiu esse voto.

O julgamento do caso havia começado em novembro de 2022, mas foi interrompido por um pedido de vista (mais tempo para análise) do ministro Dias Toffoli.

Fonte: CNN BRASIL

Em vez de fator de risco, asma protege contra o agravamento da Covid-19, sugere estudo

Especificidades da resposta imune dada pelo organismo à asma criam um cenário desfavorável à escalada inflamatória associada à forma mais grave da infecção, avaliam pesquisadores

Desde o início da pandemia de Covid-19, em 2020, cientistas especulam que a asma poderia contribuir para o agravamento e a letalidade da infecção respiratória.

No entanto, os resultados de um amplo estudo com pacientes hospitalizados no Sistema Único de Saúde (SUS) devido aos sintomas clínicos mais graves do coronavírus sugerem exatamente o contrário. Além de não piorar o quadro, a asma pode ter um papel protetor na infecção pelo SARS-CoV-2.

Os dados foram divulgados recentemente na revista científica Frontiers in Medicine.

“Apesar de desenvolverem mais sintomas clínicos, os pacientes com asma foram menos propensos a morrer de Covid-19 em comparação com indivíduos sem asma”, afirma um dos autores do trabalho, o biólogo e doutor em ciências da saúde Fernando Augusto Lima Marson, da Universidade São Francisco (USF), em Bragança Paulista (SP).

Para chegar a essa conclusão, o grupo formado por cinco pesquisadores avaliou os registros clínicos e demográficos de 1.129.838 pacientes hospitalizados com Covid-19. Desse total, 43.245 (3,8%) eram pacientes com asma, uma prevalência baixa que já tinha sido apontada por estudos anteriores.

Entre os doentes que precisaram de suporte ventilatório invasivo, por exemplo, 74,7% dos pacientes com asma morreram, enquanto o percentual de mortes entre os pacientes sem asma foi de 78%. No grupo que recebeu suporte ventilatório não invasivo, 20% dos pacientes com asma foram a óbito versus 23,5% entre os pacientes sem asma.

Entre os que não precisaram de suporte ventilatório, 11,2% dos pacientes com asma morreram. Já o percentual de baixas dos pacientes sem asma na mesma situação foi de 15,8%. Todas as informações foram obtidas no banco de dados OpenDataSUS.

A hipótese dos pesquisadores é que as especificidades da resposta imune dada pelo organismo à asma criam um cenário desfavorável à escalada inflamatória associada à forma mais grave da Covid-19.

A pessoa com asma apresenta uma baixa produção de citocinas inflamatórias, um grupo de proteínas que aumenta a capacidade do corpo de destruir células tumorais, vírus e bactérias (os interferons, por exemplo). Isso estimula uma resposta imune mediada por células de defesa (linfócitos) TCD4+Th2, em detrimento do subtipo Th1.

“A predominância da resposta Th2 é benéfica porque pode regular e diminuir o impacto da fase tardia da hiperinflamação, que é um ponto crítico em infecções respiratórias graves”, explica Marson, que coordena o Laboratório de Biologia Celular e Molecular da USF.

De acordo com a pesquisa, a asma causaria ainda outras dificuldades ao SARS-CoV-2. A inflamação crônica dos alvéolos pulmonares das pessoas com asma diminui a quantidade de receptores ACE-2 (em português ECA-2, enzima conversora de angiotensina 2), uma proteína encontrada na superfície de diversas células do corpo, inclusive nas do epitélio do sistema respiratório. Ela é usada pelo vírus da Covid-19 para penetrar no interior das células, onde se multiplica.

“A menor produção de citocinas inflamatórias e a menor quantidade de receptores para o vírus resultam em menos chance de infecção grave”, afirma Marson. Quantidades maiores de eosinófilos [glóbulos brancos] presentes no sangue de pessoas com asma igualmente desfavoreceriam a Covid-19 grave.

Para os pesquisadores, o impacto de todas essas circunstâncias ajuda a entender por que embora a asma afete 10% da população, apenas 3,8% dos pacientes diagnosticados com Covid-19 e tratados pelo SUS tinham a doença. O trabalho contou com o apoio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (Fapesp).

Mais pesquisas são necessárias

Na avaliação de Marson, o tamanho da amostra avaliada faz diferença e pode diluir alguns vieses. “Para se ter ideia, na mesma época em que o nosso estudo foi feito, um trabalho nos Estados Unidos que acompanhou entre 300 e 400 pacientes concluiu que a asma era um fator de risco”, conta.

Ele afirma ainda que o estudo da USF pode conter alguns dados equivocados por causa da natureza das informações analisadas. “Nosso estudo se baseou em dados coletados por uma agência de governo. Ainda que tenhamos nos aproximado do cenário real do Brasil no que concerne à resposta da Covid-19 em relação à asma, com a inclusão de muitos pacientes, o banco de dados ainda possui limitações. Não há, por exemplo, a descrição de testes laboratoriais que poderiam confirmar o diagnóstico de asma”, diz Marson.

Nova análise e coleta de dados serão feitas pelo grupo da USF a partir deste mês, provavelmente com um universo de 4 milhões de pessoas hospitalizadas após a infecção pelo SARS-CoV-2. “Vamos trabalhar com um banco mais robusto e focar novamente no desfecho, mas também na influência da vacina contra o vírus”, adianta o pesquisador.

O estudo publicado na revista Frontiers in Medicine provocou desdobramentos. Um grupo de cientistas de dados pretende verificar as taxas de incidência da Covid-19 em pessoas com asma em nove municípios da região onde está situada a USF, no interior paulista. De Portugal, veio o convite da Universidade de Lisboa para uma parceria destinada a verificar a incidência da infecção em pessoas com fibrose cística.

“Essa doença provoca alterações fisiológicas parecidas com as da asma e muito muco no pulmão, o que poderia dificultar a entrada do vírus na célula”, observa Marson.

Fonte: CNN BRASIL

Os rabiscos misteriosos encontrados em livro de 1.300 anos

Gravuras de Eadburg foram descobertas graças a uma nova tecnologia de formação de imagens da Biblioteca Bodleiana, que consegue mapear a textura física e os contornos das páginas dos livros e manuscritos ou da superfície de outros objetos históricos.

Cerca de 1,3 mil anos atrás, uma mulher pegou um livro precioso e rabiscou letras e desenhos nas margens.

Ela não usou tinta – apenas arranhou o papel – e os rabiscos ficaram quase invisíveis a olho nu. Ninguém sabia que eles estavam ali, até o ano passado.

O livro é uma cópia dos Atos dos Apóstolos, parte do Novo Testamento, datada do século 8°. Ele agora está guardado na Biblioteca Bodleiana, na Universidade britânica de Oxford.

Os pesquisadores sabiam há algum tempo que o texto religioso provavelmente seria de propriedade de uma mulher, mas não tinham certeza de quem se tratava.

Até que, em 2022, a pesquisadora Jessica Hodgkinson, da Universidade de Leicester, também no Reino Unido, decidiu dar uma olhada mais de perto e ficou surpresa ao descobrir um rabisco escondido na página 18, exatamente abaixo do texto em latim.

Os traços foram destacados digitalmente e agora é possível ver as letras com clareza: “EaDBURG BIREð CǷ…N”.Significado incerto

A última palavra está incompleta. E análises posteriores revelaram que o livro foi deliberadamente arranhado com algum objeto contundente em mais quatro páginas.

Qual pode ser o significado?

Hodgkinson interpretou o primeiro símbolo como uma cruz, seguida por “Eadburg” – quase com certeza, o nome da dona do livro.

Não se sabe muito sobre ela, mas Hodgkinson e sua equipe suspeitam que Eadburg fosse uma freira – a abadessa de uma comunidade religiosa de Minster-in-Thanet – uma vila no condado de Kent, na Inglaterra.

As letras seguintes são um pouco mais enigmáticas. Talvez elas possam significar “está na cwærtern” – “prisão”, em inglês arcaico.

O trecho em latim acima dos rabiscos descreve a prisão dos apóstolos e Eadburg pode ter traçado um paralelo com a sua própria situação.

O mais curioso é que Hodgkinson e seus colegas encontraram desenhos de pessoas em outras páginas.

Em uma das margens, uma figura quadrada com os braços estirados – uma freira, talvez? Em outra, uma pessoa estendendo sua mão contra o rosto de um companheiro triste. Será que ela não queria ouvir o que a outra pessoa estava dizendo?

Enfim, o significado dos desenhos é um mistério. E os rabiscos nas margens do livro de Eadburg não são os únicos escritos e desenhos descobertos em Oxford nos últimos meses.

Hodgkinson pôde encontrar as gravuras de Eadburg graças a uma nova tecnologia de formação de imagens da Biblioteca Bodleiana, que consegue mapear a textura física e os contornos das páginas dos livros e manuscritos ou da superfície de outros objetos históricos, como placas de impressão.

Esse mapeamento detalhado revela marcas que, de outra forma, seriam invisíveis a olho nu, ou mesmo com câmeras comuns.

“A superfície traz consigo uma imensa quantidade de informações”, explica Adam Lowe, fundador da Fundação Factum em Madri, na Espanha – a organização sem fins lucrativos que produziu a tecnologia para a biblioteca de Oxford, como parte do projeto Archiox (sigla em inglês para Análise e Registro do Patrimônio Cultural em Oxford).

Lowe afirma que “quanto mais você puder tornar visível, mais descobertas verdadeiramente impressionantes irão surgir”.

Os pesquisadores do projeto Archiox utilizam dois aparelhos para criar representações digitais de páginas e objetos. Um deles chama-se “Selene”. Ele tem quatro câmeras capazes de capturar diferenças de relevo das superfícies de até 25 micrômetros (0,025 mm).

O outro é “Lucida”, que emite lasers e possui duas câmeras minúsculas para criar varreduras 3D.

“Tudo pode ser medido. Não é apenas uma ferramenta de formação de imagens, é também um instrumento de medição. E isso torna tudo mais fascinante”, destaca John Barrett, fotógrafo da Biblioteca Bodleiana e líder técnico do projeto Archiox.

A tecnologia está sendo usada no porão da Biblioteca Bodleiana para criar representações digitais de diversos itens da sua coleção. E o livro de Eadburg não foi o único documento com séculos de idade a revelar rabiscos escondidos.

Em um manuscrito do século 9º, os pesquisadores do projeto Archiox mapearam uma cena de caça arranhada na sua superfície.

E, abaixo dos animais, foi encontrada a palavra “RODA”, provavelmente relacionada ao dono do livro. Barrett afirma que “isso nunca havia sido observado”.

Por que as pessoas arranhavam seus nomes em livros e acrescentavam desenhos quase invisíveis como esses? Bem, em relação aos nomes, pode ter sido simplesmente para mostrar quem era o dono da obra, sem rabiscar um precioso texto religioso.

“Estes manuscritos eram considerados sagrados. E, mesmo que quisesse deixar sua marca neles, você não iria querer ser óbvio demais”, explica Barrett.

E, sobre as figuras, “não acho que elas tenham sido necessariamente rabiscadas de propósito”, afirma ele. “Muitas vezes, essas anotações e certamente outras que registrei mais recentemente tinham, sem dúvida, relação com o próprio texto.”

Placas de cobre

Alguns dos primeiros objetos da coleção da Biblioteca Bodleiana a serem examinados para o projeto Archiox foram as placas de impressão de cobre com 200 a 300 anos de idade, que formam a chamada coleção Rawlinson. Elas foram selecionadas por Alexandra Franklin, coordenadora do Centro de Estudos do Livro, e Chiara Betti, estudante de PhD da Universidade de Londres.

Um exemplo de gravação que antes estava oculta e foi revelada pela tecnologia Archiox é o de uma placa que, na frente, inclui o retrato de um influente cardeal francês. Mas, quando os pesquisadores olharam o verso da ilustração, parecia haver uma partitura musical quase apagada.

A tecnologia permitiu observar as notas com total clareza. “Provavelmente, [a melodia] foi inspirada pelo Salmo 9, pois as palavras [em inglês] parecem se encaixar”, afirma Barrett.

Em português, o Salmo 9 da Bíblia começa com estes dizeres: “Louvar-te-ei, Senhor, de todo o meu coração; contarei todas as tuas maravilhas. Alegrar-me-ei e exultarei em ti; ao teu nome, ó Altíssimo, eu cantarei louvores.”

Mas por que alguém teria feito isso?

“O material [cobre] era muito valioso”, explica Barrett. “Ele pode ter sido reutilizado ou simplesmente foi uma oportunidade para que o artista ou gravador pudesse praticar.”

Mas ele ressalta que não existe impressão conhecida daquela música feita a partir da placa. Por isso, sua descoberta acrescentou um novo item ao registro histórico.

“Ela não foi registrada na referência catalográfica da placa. São descobertas totalmente novas que estão sendo feitas”, afirma Barrett.

“Eu diria que, provavelmente, um terço das placas analisadas para o Archiox tinha também alguma coisa na parte de trás. Muitas vezes, os desenhos são muito bonitos, estranhos ou misteriosos”, segundo o pesquisador.

Mapas e artistas

A tecnologia do projeto Archiox também revelou novas indicações sobre as técnicas de criação dos objetos. Foi o caso de um mapa historicamente importante.

“Trata-se do mais antigo mapa reconhecível das ilhas britânicas, datado do século 14”, afirma Barrett.

A varredura da superfície pela equipe do projeto Archiox revelou que “ele está absolutamente repleto de furos de alfinete, mais de 2 mil deles… pontos como catedrais, rios e outros foram alfinetados ou marcados”, segundo Barrett.

Isso indica que o mapa foi copiado, pois os fabricantes de mapas teriam usado alfinetes para ajudar na reprodução. Eles teriam depositado o mapa original sobre a réplica, usando objetos pontiagudos para marcar locais importantes sobre o material abaixo do mapa.

“Você pode imaginar que esse mapa original provavelmente teria sido usado para gerar outros mapas, mas, na verdade, é o contrário”, afirma ele.

O mapeamento da superfície revelou que “os buracos de alfinete não perfuram totalmente o mapa. Por isso, podemos deduzir que este mapa, na verdade, foi copiado de uma matriz: um mapa anterior.”

E a tecnologia do projeto Archiox também está ajudando a revelar novas indicações sobre o talento artístico que levou à criação das obras.

Quando os pesquisadores do projeto Archiox analisaram a superfície de uma impressão japonesa em blocos de madeira, eles perceberam que o artista havia acrescentado texturas que ele saberia que seriam invisíveis para o olho humano.

Quando observamos o rosto da figura e o arco em volta da cabeça, ambos impressos com a mesma cor, a tecnologia nos permite ver a diferença de textura.

“Você se pergunta por que cargas d’água o impressor se deu ao trabalho de fazer esse trabalho realmente incrível de entalhe e gravação, se ele não pode ser observado”, questiona Barrett.

Seria para mudar a forma em que a luz é refletida na impressão acabada? Talvez. Mas o pesquisador tem outra opinião.

“Acho que a resposta é que foi um ato de amor. Essas coisas eram feitas da forma mais perfeita possível. Ele traz uma nova perspectiva das técnicas envolvidas na sua produção, que você realmente não tinha antes, apenas fotografando com a tecnologia convencional.”

Lowe sugere que, com esta nova abordagem, pode haver milhares de novas descobertas esperando para serem encontradas, ocultas à vista de todos nas bibliotecas e galerias de arte.

“As pessoas estão começando a perceber que as ‘informações sobre o relevo’ estão transformando o nosso conhecimento”, explica ele. “Deve haver objetos nas bibliotecas de todo o mundo que podem se beneficiar dessa tecnologia… é questão de tratar os objetos materiais como evidências.”

“Existem muitas coisas que sabemos, mas existem também muitas outras que podem ser descobertas. E acho que este é um pensamento incrivelmente estimulante e inspirador”, conclui ele.

Richard Fisher é jornalista sênior da BBC Future.

A repórter Hannah Fisher apresentou recentemente as pesquisas do projeto Archiox no programa de rádio Digital Planet, do Serviço Mundial da BBC. Ouça o episódio (em inglês – a reportagem começa no minuto 11:20) no site BBC Sounds.

Leia a versão original desta reportagem (em inglês) no site BBC Future.

Fonte: epocanegocios

Participe hoje da Campanha de Oração: Os 7 livramentos de Deus

Existem situações na vida do ser humano que precisam de uma intervenção divina urgente. Se você sente que já fez de tudo para mudar algo que acontece com você e com as pessoas à sua volta e nada deu certo, compareça hoje na Paz e Vida e participe da Campanha de Oração: Os 7 livramentos de Deus.

Se parece impossível para você, para Deus não é! Tenha fé! Participe hoje das nossas reuniões.

Nossas reuniões acontecem às 9, 15 e 19h nas nossas unidades no Brasil. E em Portugal, às 9h, 15h e 20h!

Acesse: pazevida.org.br/enderecos e veja nossos endereços!

Imperdível!

Por Pra. Daniela Porto

Quinta da Visão com Bianca Pagliarin: hoje na Sede Nacional da Paz e Vida

Você sente a sua mente sobrecarregada? A sua vida parece uma bagunça e você não consegue manter o foco para fazer a sua vida andar para frente? Aprenda a fazer o seu dia, seu mês, seu ano render muito mais!

Venha HOJE na “QUINTA DA VISÃO”, com Bianca Pagliarin.

Você vai aprender passos práticos para colocar sua vida em ordem e encontrar paz interior!

A reunião acontece hoje na Sede Nacional da Paz e Vida, às 7 da noite, na Avenida Cruzeiro do Sul, 1965 – Santana – São Paulo. A igreja possui um amplo estacionamento gratuito e departamento infantil funcionando para receber os seus filhos.

Participe!

Um terço dos ataques violentos a escolas em duas décadas ocorreu nos últimos 10 meses

Desde 2002, país teve 22 episódios como o da última segunda-feira (27), em SP. Porém, frequência aumentou recentemente.

O Brasil registrou 22 ataques de violência extrema em 23 escolas desde 2002, segundo levantamento da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas). O número, que pode não parecer tão alto, é alarmante se considerado o recorte mais recente: mais de um terço (9) desses registros ocorreu desde junho do ano passado.

Especialistas ouvidos pelo R7 jogam luz nessa escalada de violência nas instituições de ensino e afirmam que, de modo geral, casos midiáticos e de repercussão nacional tendem a influenciar potenciais autores, inclusive devido a falhas na cobertura jornalística.

Daí, portanto, é possível explicar a maior frequência desses episódios nos últimos anos.

“Isso influencia os próximos. Se observarmos os ataques, são sempre parecidos com algum outro que já ocorreu, e muitas vezes baseado nesses, como no de Suzano, por exemplo”, afirma Elaine Alves, psicóloga com pós-doutorado em luto, emergências e desastres do Instituto de Psicologia da USP.

O massacre na E.E. Raul Brasil, no município da Grande São Paulo, em março de 2019, exemplifica o argumento da psicóloga.

Os dois autores possuíam inspiração no ataque em Columbine, nos Estados Unidos, 20 anos antes, e parte dos métodos foi seguida na última segunda (27), na zona oeste de São Paulo, quando uma professora foi morta a facadas por um adolescente.

Essa corrente de influências se deve também à divulgação massiva de informações e imagens relacionadas aos autores na mídia e nas redes sociais, afirma Alves.

Por isso, o EWA (Education Writers Association), entidade americana de jornalistas que cobrem educação, recomenda evitar a exposição excessiva dos nomes e fotos de autores e das cenas do ataque, a fim de não fornecer uma forma de atribuição de heroísmo aos agressores.

“É muito preocupante divulgar o rosto dos autores, como fizeram com o adolescente que atacou a escola em São Paulo. Viralizaram várias cenas do ataque. É o tipo de coisa que faz mal para os familiares, as pessoas da escola, não é algo bom. É um desrespeito, uma violência”, afirma a psicóloga.

Dado o cenário crescente no número de casos de ataque, a tendência é que mais eventos aconteçam, lamenta Cleo Garcia, mestranda em educação na Unicamp e especialista em justiça restaurativa.

“Não sabemos quando, mas ocorrerão. Há uma conjunção de fatores que observamos que estão implicando nesse crescimento extremamente preocupante”, afirma a pesquisadora, ao citar a radicalização com discurso de ódio em redes sociais e os fóruns extremistas, nos quais adolescentes são cooptados.

Grupos como esses, prossegue ela, proporcionam a esses adolescentes “acolhimento e reconhecimento, que eles geralmente não têm aqui fora, estimulando-os a praticarem  os ataques”.

O chamado “efeito contágio” foi citado, inclusive, pela SSP-SP (Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo), ao afirmar que, entre segunda (27) e terça-feira (28), houve ao menos sete tentativas de ataque em escolas do estado.

“A suspeita é que a ampla divulgação de imagens do ataque ocorrido na escola da Vila Sonia, em São Paulo, no qual uma professora morreu e cinco pessoas ficaram feridas, esteja motivando esses adolescentes”, escreveu a pasta, em nota.

Metade das armas usadas era da família dos autores

Dos 22 ataques levantados pela Unicamp, em 12 os autores se utilizaram de armas de fogo. Desses, ao menos seis tinham a arma em casa. Outros quatro as compraram por terceiros e dois as adquiriram de origem desconhecida.

O levantamento informa outros detalhes a respeito dos 22 episódios de violência.

Ao todo, foram 36 mortos, que se dividem entre 24 estudantes, 5 professoras, 2 profissionais de educação e 5 autores, que cometeram suicídio.

Entre os autores, 16 eram alunos e 12, ex-alunos. Em três casos eles agiram em dupla. O mais velho tinha 25 anos e o mais novo, 10.

Perfil predominante é jovem, branco e misógino

A pesquisa revela, ainda, um perfil dos autores dos ataques. Eles são predominantemente brancos, jovens e homens com comportamento misógino, ou seja, machistas, agressivos e favoráveis a uma visão da mulher como submissa.

Outros traços marcantes de sua personalidade são o gosto pela violência e o culto às armas, bem como uma espécie de isolamento social, com relações sociais e grupos restritos. A evasão escolar também se repetiu entre os agressores avaliados.

Fonte: R7

Primeiros sinais de Alzheimer podem aparecer nos olhos, diz estudo

Doença começa no cérebro décadas antes dos primeiros sintomas de perda de memória, aponta neurologista.

Os olhos são mais do que uma janela para a alma – eles também são um reflexo da saúde cognitiva de uma pessoa.

“O olho é a janela para o cérebro”, disse a oftalmologista Dra. Christine Greer, diretora de educação médica do Instituto de Doenças Neurodegenerativas em Boca Raton, Flórida.

“Você pode ver diretamente o sistema nervoso olhando para a parte de trás do olho, em direção ao nervo óptico e à retina”.

Estudos têm explorado como o olho pode ajudar no diagnóstico da doença de Alzheimer antes do início dos sintomas. A doença está bem avançada quando a memória e o comportamento são afetados.

“A doença começa no cérebro décadas antes dos primeiros sintomas de perda de memória”, disse o Dr. Richard Isaacson, um neurologista preventivo de Alzheimer que também trabalha no Instituto de Doenças Neurodegenerativas.

Se os médicos forem capazes de identificar a doença em seus estágios iniciais, as pessoas poderão fazer escolhas de estilo de vida saudáveis e controlar seus “fatores de risco modificáveis, como pressão alta, colesterol alto e diabetes”, disse Isaacson.

Os olhos mostram

Vê sinais de declínio cognitivo? Para descobrir, um estudo recente examinou tecidos doados da retina e do cérebro de 86 pessoas com diferentes graus de declínio mental.

“Nosso estudo é o primeiro a fornecer análises aprofundadas dos perfis de proteínas e dos efeitos moleculares, celulares e estruturais da doença de Alzheimer na retina humana e como eles correspondem a mudanças no cérebro e na função cognitiva”, disse o autor sênior Maya Koronyo-Hamaoui, professor de neurocirurgia e ciências biomédicas no Cedars-Sinai em Los Angeles, em um comunicado.

“Essas mudanças na retina se correlacionam com mudanças em partes do cérebro chamadas córtices entorrinal e temporal, um centro de memória, navegação e percepção do tempo”, disse Koronyo-Hamaoui.

Os pesquisadores do estudo coletaram amostras de retina e tecido cerebral ao longo de 14 anos de 86 doadores humanos com doença de Alzheimer e comprometimento cognitivo leve – o maior grupo de amostras de retina já estudado, de acordo com os autores.

Os pesquisadores então compararam amostras de doadores com função cognitiva normal com aqueles com comprometimento cognitivo leve e aqueles com doença de Alzheimer em estágio avançado.

O estudo, publicado em fevereiro na revista Acta Neuropathologica, encontrou aumentos significativos no beta-amilóide, um marcador chave da doença, em pessoas com Alzheimer e declínio cognitivo precoce.

As células microgliais diminuíram 80% naqueles com problemas cognitivos, segundo o estudo.

Essas células são responsáveis por reparar e manter outras células, incluindo a eliminação de beta-amilóide do cérebro e da retina.

“Foram [também] encontrados marcadores de inflamação, que podem ser um marcador igualmente importante para a progressão da doença”, disse Isaacson, que não participou do estudo.

“As descobertas também foram aparentes em pessoas com sintomas cognitivos mínimos ou inexistentes, o que sugere que esses novos testes oftalmológicos podem estar bem posicionados para auxiliar no diagnóstico precoce”.

Os pesquisadores do estudo descobriram um número maior de células imunológicas envolvendo firmemente as placas beta-amilóides, bem como outras células responsáveis pela inflamação e morte celular e tecidual.

A atrofia do tecido e a inflamação nas células na periferia distante da retina foram mais preditivas do estado cognitivo, segundo o estudo.

“Essas descobertas podem eventualmente levar ao desenvolvimento de técnicas de imagem que nos permitam diagnosticar a doença de Alzheimer mais cedo e com mais precisão”, disse Isaacson, “e monitorar sua progressão de forma não invasiva, olhando através do olho”.

Fonte: CNN BRASIL

Cientistas encontram água presa em “gotas de vidro” na superfície da Lua

Pesquisa aponta a resposta para uma pergunta que os especialistas vêm fazendo há anos, enquanto tentam entender exatamente como a água é estocada na Lua.

Trilhões de quilos de água estão espalhados pela Lua, presos em pequenas “gotas de vidro” que teriam sido formadas quando asteroides colidiram com a superfície da Lua, de acordo com uma nova pesquisa.

As descobertas, apresentadas em um estudo publicado nesta segunda-feira (27) na revista científica Nature Geoscience, foram reunidas por cientistas na China, que analisaram as primeiras amostras do solo lunar a serem trazidas à Terra desde a década de 1970.

A pesquisa aponta a resposta para uma pergunta que os cientistas vêm fazendo há anos, enquanto tentam entender exatamente como a água é estocada na Lua – principalmente nas regiões fora dos polos lunares, onde o gelo pode existir em maior abundância.

Essencialmente, o estudo preenche algumas lacunas em uma teoria sobre o ciclo da água lunar.

Para sustentar um ciclo da água na superfície da Lua, deveria existir uma camada hidratada (reservatório) profunda nas terras lunares, segundo os autores do estudo. “No entanto, encontrar esse reservatório parecia ilusório, apesar de diversos estudos terem investigado o inventário de água em grãos finos de minerais em solo lunar.”

Os pesquisadores decidiram identificar um potencial reservatório de água ao investigar as gotas de vidro formadas durante o impacto de asteroides. E a equipe encontrou os pequenos objetos com quantidades substanciais de água.

Uma leitura do estudo

A amostra de solo lunar analisada para este estudo foi coletada pela missão Chang’e-5, da China, que fez um pouso suave no canto noroeste da Lua voltado para a Terra e carregou amostras de regolito de volta para casa em 2020.

A partir dessas amostras, pesquisadores de várias instituições na China, incluindo a Universidade de Nanjing e a Academia Chinesa de Ciências, escolheram a dedo 150 grãos para estudar, variando em tamanho de cerca de 50 micrômetros – ou a largura de um fio de cabelo humano – a cerca de 1 milímetro.

A teoria proposta por esta última pesquisa é que essas gotas de vidro, formadas nos tempos antigos, podem ter sido imbuídas de água quando atingidas pelos ventos solares, que transportam hidrogênio e oxigênio da atmosfera do sol através do sistema solar. Na verdade, pode haver mais de 270 trilhões de quilos de água armazenados na Lua.

“Encontramos um novo mecanismo, no qual o hidrogênio do vento solar pode difundir nas gotas de vidro e, assim, identificamos um novo reservatório de água na Lua”, disse Hejiu Hui, um dos coautores do estudo e pesquisador da Universidade de Nanjing, por e-mail. “Por outro lado, gotas de vidro de impacto são distribuídas no regolito globalmente na Lua. Portanto, as gotas de vidro de impacto podem ser reabastecidas com água na superfície da Lua e podem sustentar o ciclo da água na superfície lunar”.

As gotas podem ser reabastecidas com água de poucos em poucos anos, sugeriu o estudo.

As descobertas se baseiam em pesquisas da Nasa que sugerem que a água está presente no lado da Lua iluminado pelo Sol. Os cientistas têm procurado mais informações sobre como essa água foi armazenada.

A Nasa não respondeu imediatamente a um pedido de comentário sobre este estudo. A agência espacial não tem permissão para trabalhar com suas contrapartes chinesas desde 2011, quando o Congresso aprovou a Emenda Wolf.

Compreender como a água é armazenada na Lua é útil, observou Hui, porque poderia apontar futuros astronautas lunares para recursos potenciais que poderiam um dia ser convertidos em água potável ou até mesmo em combustível de foguete.

“Essa água pode ser liberada simplesmente aquecendo essas contas de vidro”, disse Hui.

Mudando de perspectiva

David Kring, cientista principal do Instituto Lunar e Planetário em Houston, disse que esta pesquisa dá aos cientistas uma nova visão sobre como a água pode ser armazenada na Lua, particularmente em locais semelhantes ao local de pouso da missão Chang’e 5 no lado próximo da Lua. Ele não esteve envolvido no estudo.

“Isso é importante para a discussão científica dos ciclos lunares da água na lua”, observou ele.

Mas, disse Kring, provavelmente existem lugares melhores para os astronautas coletarem água para fins práticos, “é por isso que estamos interessados nos polos lunares”.

Os cientistas teorizaram que pode haver grandes depósitos de gelo de água nos polos da lua desde a era Apollo. E a Nasa planeja enviar astronautas para explorar a área como parte de seu programa Ártemis, que visa enviar humanos ao polo sul lunar ainda nesta década.

“Acho que o interesse internacional na exploração da Lua alimentará o interesse de todos”, disse Kring. “Mal posso esperar até que tenhamos astronautas Ártemis na região polar sul lunar em dois a três anos.”

Fonte: CNN BRASIL