Com um dos regimes mais fechados do planeta, o destino da Coreia do Norte parece mergulhado em incertezas. O líder supremo do país, Kim Jong-un, não é visto em público há semanas e não faltam boatos sobre um suposto estado crítico de saúde e até mesmo sobre sua morte.
Tudo isso levanta uma segunda questão: quem seria seu possível sucessor. E a resposta mais comum entre analistas internacionais aponta para uma sucessão, mais uma vez, em família. Kim Yo-jong, irmã mais nova do ditador, é a mais cotada para ser a quarta Kim a comandar o país desde 1948.
Em 11 de abril, em sua última aparição pública, Kim Jong-un confirmou a nomeação de Kim Yo-jong como vice-diretora do poderoso Comitê Central do Partido dos Trabalhadores da Coreia (WPK). Com isso, estabeleceu a posição dela como número 2 do governo norte-coreano, já que os filhos dele não teriam idade para assumir a liderança.
Antes, ela já estava a cargo do Departamento de Propaganda do partido, comandava as unidades femininas das Forças Armadas norte-coreanas, representou a família Kim durante os Jogos Olímpicos de inverno de 2018, em Pyeongchang, na Coreia do Sul, e acompanhou o irmão em cúpulas com líderes internacionais, como os encontros com o presidente dos EUA, Donald Trump.
Proximidade com o irmão
Ao que se sabe, Kim Yo-jong nasceu em 26 de setembro de 1987, em Pyongyang, capital da Coreia do Norte. Sua proximidade com Jong-un vem dos anos que os dois passaram juntos na Europa, estudando com identidades falsas em colégios da Suíça, de 1996 a 2000.
Durante a primeira década deste século, pouco se sabe sobre as atividades da filha caçula de Kim Jong-il. Acredita-se que ela fez cursos universitários em uma universidade europeia ou na própria Coreia do Norte, mas não há confirmação a respeito disso. A primeira aparição pública de destaque foi em 2010, durante uma reunião do Comitê Central do partido. No ano seguinte, quando Jong-il morreu, ela apareceu com destaque ao lado do irmão durante o velório e o enterro.
Aos poucos, ela foi ganhando destaque, principalmente após se encarregar de promover a imagem do irmão como novo líder do país no Departamento de Propaganda do partido.
Perto do poder
Em 2017, Kim Jong-un tornou a irmã parte do politburo do WPK, transformando-a em sua principal conselheira. Kim Yo-jong virou, assim, a segunda mulher a fazer parte do conselho desde a separação das duas Coreias. Segundo analistas, ela teria sido, inclusive, colocada a cargo da segurança nacional do país.
No ano seguinte, a visita à Coreia do Sul para a participação conjunta dos dois países na Olimpíada de inverno consolidou a presença da irmã caçula no cenário internacional, assim como as várias cúpulas de que Kim Jong-un participou, tanto com Trump como com o presidente da Coreia do Sul, Moon Jae-in.
Em dezembro do ano passado, houve relatos de que, pela primeira vez, Kim Yo-jong teria dado sua primeira ordem para a totalidade das Forças Armadas norte-coreanas, mostrando como sua autoridade dentro do governo se expandiu.
Agora, o mundo aguarda para saber se, de fato, ela irá substituir o irmão mais velho em um dos países mais tradicionalmente patriarcais do mundo.
Fonte: R7