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Saiba como a inteligência artificial pode ajudar pessoas que estão perdendo a voz: ‘Ficou igualzinha’, diz portadora de doença degenerativa

Processo de arquivar a voz num banco de dados de inteligência artificial é muito simples e leva cerca de uma hora.

Esta semana, Paul McCartney anunciou que vai lançar uma música inédita dos Beatles.

A voz de John Lennon vai ser incorporada à gravação com uma ajudinha da inteligência artificial! E a tecnologia também tem sido um alento para pessoas que estão perdendo a capacidade de falar.

Anna Paula mora em São Francisco, nos Estados Unidos. Em 2021, ela começou a ter os primeiros sintomas de esclerose lateral amiotrófica, uma doença degenerativa que afeta os movimentos e a fala.

“É uma doença que você está viva, sua mente está funcionando, sua alma está funcionando, mas seu corpo está indo para baixo, está acabando […] Eu acredito que a voz vai ser algo que vai acabar muito mais rápido porque eu sinto que a velocidade de ficar ruim está sendo mais rápido do que as outras coisas”, conta Anna Paula.

Um dos primeiros conselhos médicos foi arquivar a própria voz com a ajuda de inteligência artificial. Assim, quando não puder mais falar, poderá se comunicar usando um computador ou celular – que vai reproduzir a voz dela.

O processo

O processo de arquivar a voz num banco de dados de inteligência artificial é muito simples, leva cerca de uma hora. Primeiro, a pessoa grava 50 frases pré-determinadas pela empresa. Depois pode gravar algumas, adicionais, que não podem faltar no banco de dados.

A Anna Paula conta quais frases ela escolheu:

“Eu te amo” e “Bom dia, luz do dia, minha fonte de alegria” .

Frases que vão fazer toda a diferença na vida da família dela.

“Vai ser uma das coisas que vai continuar conosco e vai ajudar a gente a ficar tipo assim ‘É minha mãe que tá aqui comigo ainda, que está me chamando de flor do dia, é a minha mãe está aqui”, relata a filha, Isadora.

‘Ficou igualzinha!’

A Anna Paula queria muito ter uma voz em português. A produção do Fantástico conseguiu que ela usasse finalmente uma ferramenta que também tem a opção de gravar a voz dela no idioma nativo. Pela primeira vez, ela ouve como ficou a voz dela com inteligência artificial.

Essa foi a primeira frase que ela escolheu para ouvir na voz sintética:

“Agradeço a todos os envolvidos pra poder me dar uma voz em português”, diz a voz produzida pela inteligência artificial.

“Ficou igualzinha! É uma forma de dar dignidade a pessoa que tem essa doença porque a gente perde tanta coisa e quando você pode falar na sua própria língua é uma maravilha, é uma benção”, ressalta Anna Paula.

Para produzir a voz em português, a Anna disponibilizou para o sistema mensagens de voz que ela tinha guardado, de antes da doença.

Antes, a voz sintética era baseada na junção de pequenas partes das palavras. Então, a pessoa tinha que gravar milhares de frases. Agora a inteligência artificial aprende seu sotaque, seu tom e o jeito que você fala com apenas 100 frases”, conta a presidente da empresa que criou a voz para a Anna.

Fonte: G1

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