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CASAIS COM PAZ E VIDA

Prática de higienização das mãos contribui para reduzir a propagação de microrganismos causadores de agravos.

A lavagem adequada das mãos contribui para a prevenção de diversas doenças, principalmente respiratórias e diarreicas, contribuindo para salvar milhões de vidas todos os anos. O que parece uma lição que aprendemos nos primeiros anos escolares é, na realidade, um alerta da Organização Mundial da Saúde (OMS) que reservou um dia de conscientização sobre o tema.

Nesta sexta-feira (5), o Dia Mundial da Higiene das Mãos envolve profissionais de saúde, governos e organizações da sociedade em torno de ações para potencializar a lavagem das mãos como estratégia de saúde pública.

“Tocamos nossos olhos, narizes e bocas com as mãos com mais frequência do que pensamos. Com a pandemia de Covid 19, vimos que o hábito de lavar as mãos pode ser o grande diferencial na hora de propagar uma doença. No inverno, é comum que as pessoas espirrem, protegendo com a mão. E que depois apoie em uma superfície que será compartilhada com outra pessoa, disseminando o vírus, por exemplo”, explica Flávia Cohen, infectologista e especialista em saúde integrativa da clínica FVC (Rio de Janeiro).

Prevenção a 10 doenças

A lavagem regular das mãos contribui para a prevenção de ao menos dez doenças diferentes:

  1. Conjuntivite

A conjuntivite é uma inflamação da conjuntiva, camada transparente que recobre a parte branca dos olhos. Os sinais incluem olhos vermelhos e inchados, ardência, com secreção ou não. A doença pode ser transmitida facilmente de uma pessoa para outra ou por meio de contato com objetos e superfícies contaminadas. Para prevenir, é fundamental higienizar as mãos e olhos com frequência.

“A conjuntivite pode ser de vários tipos, mas as infecciosas são frequentes e podem ser prevenidas ao lavar as mãos”, diz Flávia.

  1. Catapora

A catapora, também conhecida como varicela, causa inflamação visível na pele, dor de cabeça, pneumonia e infecção no ouvido. É causada por um vírus que se propaga de forma muito rápida e pode ser grave se migrar para os órgãos internos.

“É mais comum em crianças do que em adultos e seu curso geralmente é leve. No entanto, quando os adultos a contraem, podem apresentar condições mais graves. A transmissão do vírus é realizada pelo contato direto entre as pessoas, seja pela pele ou por secreções respiratórias. O vírus também contamina mãos e superfícies”, diz a especialista.

  1. Giardíase

A giardíase é uma infecção do intestino delgado causada por parasitas do gênero Giardia.

“A ingestão de água contaminada com cistos do parasita ou o contato direto com uma pessoa que os carrega nas mãos causa infecção. Portanto, a higiene das mãos e o saneamento ambiental são fatores-chave para limitar a transmissão”, diz Flávia.

  1. Pneumonia

A pneumonia é uma infecção que atinge os pulmões, que pode ser causada pela invasão de um agente infeccioso como bactérias, vírus, fungos, além de reações alérgicas.

“As infecções respiratórias, incluindo a pneumonia, são uma das principais causas de morte em crianças menores de cinco anos. Felizmente, há evidências a favor da lavagem das mãos com água e sabão como um método eficaz para preveni-las”, explica a médica.

  1. Gripe

As estações mais frias do ano, outono e inverno, favorecem a circulação do vírus da gripe sazonal.

Além da vacinação, disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) para grupos prioritários (veja aqui), a lavagem das mãos contribui para reduzir a incidência da doença.

  1. Rotavírus

Apesar da disponibilidade de vacina, os rotavírus ainda são responsáveis pela maior parte dos casos graves de diarreia em crianças menores de cinco anos em países de baixa e média renda, provocando mais de 200 mil óbitos por ano.

“O rotavírus é transmitido através de matéria fecal, através do contato mão-boca e até mesmo através do contato com superfícies contaminadas ou também pelo ar, se contiver gotículas de saliva infectadas, eliminadas pela tosse ou espirro. Mas com a lavagem adequada das mãos, especialmente depois de ir ao banheiro, essas chances são substancialmente reduzidas”, detalha Flávia.

  1. Coronavírus

Uma das formas de transmissão de vírus respiratórios, como o coronavírus, é por meio do contato das mãos contaminadas com olhos, boca e nariz. O médico Diego Ramos, pneumologista da Medicina Interna Personalizada (MIP), afirma que, além da higienização das mãos, deve-se evitar tocar o rosto enquanto estiver na rua.

“É importante cobrir o nariz e a boca com lenço de papel descartável ou com o antebraço ao tossir ou espirrar, para evitar o espalhamento de partículas virais pelo ambiente, reduzindo as chances de contaminação de outras pessoas”, afirma.

  1. Mononucleose

A mononucleose infecciosa, conhecida popularmente como doença do beijo, é uma infecção causada pelo vírus Epstein-Barr (EBV) e o principal veículo de transmissão é a saliva. A doença afeta, principalmente, jovens e adultos com idade média entre 15 a 25 anos e é considerada comum no mundo inteiro.

Estudos demonstram que até 90% da população já foi infectada por EBV em alguma fase da vida. Os sintomas dessa enfermidade duram em média 30 a 45 dias e causam dor de garganta, fadiga, mal-estar, febre e inchaço dos gânglios. Em casos mais graves, é possível desenvolver dor nas articulações e na barriga, além de manchas pelo corpo.

“A doença não é transmitida apenas por meio do beijo. É verdade que a saliva é a principal responsável. Porém, objetos nos quais uma pessoa infectada espirra, tosse ou tocou também podem ser meios de infecção”, explica a especialista.

  1. Hepatite A

hepatite A é uma infecção causada pelo vírus A (HAV) da hepatite, também conhecida como “hepatite infecciosa”. Na maioria dos casos, a hepatite A é uma doença de caráter benigno, contudo o curso sintomático e a letalidade aumentam com a idade.

A contaminação pela hepatite A acontece pela via fecal-oral, ou seja, por meio do contato entre indivíduos ou por meio de água ou alimentos contaminados. A doença costuma se propagar em regiões com condições precárias ou que não tenham tratamento de água e esgoto.

As principais formas de prevenção são a melhoria da rede de saneamento básico e a adoção de hábitos de higiene, como a lavagem regular das mãos e dos alimentos consumidos crus, além da limpeza adequada de pratos, copos e talheres.

  1. Diarreia

A doença diarreica é a segunda principal causa de morte em crianças com menos de cinco anos de idade, sendo responsável por matar cerca de 525 mil crianças todos os anos, de acordo com a OMS.

A prevenção inclui o acesso a água potável segura, saneamento básico e lavagem das mãos com sabão.

Saiba quando lavar as mãos

Com a pandemia de Covid-19, o hábito de lavar as mãos ganhou um reforço significativo. A medida passou a ser ainda mais valorizada como uma forma de se prevenir o contágio pelo coronavírus.

No entanto, com a melhora dos indicadores epidemiológicos da pandemia, como a redução no número de casos e de mortes pela doença, a sensação de que a pandemia terminou levou a um relaxamento das medidas de prevenção, incluindo a higienização frequente das mãos.

Como lavar as mãos corretamente

As mãos limpas contribuem para reduzir a propagação de microrganismos causadores de doenças. Para a lavagem correta das mãos, são recomendados cinco passos, de acordo com os Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC), dos Estados Unidos:

Molhe as mãos com água corrente limpa, feche a torneira e aplique sabão;

ensaboe as mãos esfregando-as com o sabonete. Ensaboe as costas das mãos, entre os dedos e sob as unhas;

esfregue as mãos por pelo menos 20 segundos;

enxágue bem as mãos em água corrente limpa;

seque as mãos com uma toalha limpa ou um secador de ar.

Aprenda a lavar as mãos jogando

Pesquisadores do Instituto Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz) idealizaram um jogo que tem como objetivo promover a conscientização sobre a prática de lavar as mãos.

Chamada Hiji Sushi, a atividade simula o cenário de um restaurante de culinária japonesa. Para quem joga, o desafio é preparar refeições com rapidez e eficiência e, ao mesmo tempo, ter atenção à lavagem das mãos. O personagem só consegue avançar na pontuação quando segue corretamente o passo a passo da higienização adequada.

A iniciativa foi desenvolvida pelos pesquisadores Tânia Zaverucha do Valle, do Laboratório de Imunomodulação e Protozoologia, e Gabriel Limaverde Sousa, do Laboratório de Esquistossomose Experimental do IOC.

“Desenvolvemos um jogo eletrônico que reúne diversão e informação em saúde. A ideia é estimular não somente a lavagem correta das mãos, mas lembrar que o hábito de higienização deve ser regular”, explicou Tânia.

“O jogo mostra que para preparar as refeições de maneira contínua e sem causar mal a ninguém é necessário higienizar bem as mãos, uma das consequências ao esquecer disso, por exemplo, é a intoxicação dos ‘clientes’ do restaurante”, complementou Gabriel.

O jogo também contou com a colaboração de Thiago Santos Magalhães, responsável pelo design e programação, Rafael Augusto Ribeiro e Beatriz de Lima Furtado, responsáveis pela arte.

O material pode ser acessado online, na página da Fiocruz, e está disponível para download gratuito.

Fonte: CNN BRASIL

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