Ingestão excessiva de açúcar causa 45 efeitos negativos à saúde, aponta estudo

Análise foi publicada nesta quarta-feira (6), na revista The BMJ

Existem ao menos 45 boas razões para reduzir o consumo de açúcar, segundo um novo estudo. Pesquisas mostraram os efeitos negativos da ingestão excessiva de açúcar na saúde, e recomendaram as pessoas a limitar esse consumo.

Ainda assim, pesquisadores na China e nos Estados Unidos sentiram que, antes de desenvolver políticas detalhadas para restrição de açúcar, a “qualidade das evidências existentes precisa ser avaliada de forma abrangente”, de acordo com o estudo publicado nesta quarta-feira (6), na revista The BMJ.

Em uma grande revisão de 73 análises, que incluiu mais de 8 mil estudos, o alto consumo de açúcar foi associado a riscos significativamente maiores de 45 resultados negativos para a saúde, incluindo diabetesgotaobesidadepressão altaataque cardíacoderramecâncerasma, cárie dentária, depressão e morte precoce.

Açúcares livres – o tipo de açúcar que os autores focaram – são aqueles adicionados durante o processamento dos alimentos; embalados como açúcar de mesa e outros adoçantes; e ocorrendo naturalmente em xaropes, mel, suco de frutas, sucos de vegetais, purês, pastas e produtos similares nos quais a estrutura celular do alimento foi quebrada. Esta categoria não inclui açúcares que estão naturalmente em laticínios ou frutas e vegetais estruturalmente inteiros.

O estudo “fornece uma visão geral útil do estado atual da ciência sobre o consumo de açúcar na nossa saúde e confirma que comer muito açúcar provavelmente causa problemas”, disse a Dra. Maya Adam, diretora de Health Media Innovation e professora de pediatria na Escola de Medicina da Universidade de Stanford.

“Estudos como este são úteis para alertar os pacientes de que mudanças aparentemente pequenas, como cortar o excesso de açúcar, como bebidas adoçadas, podem ter uma melhora significativa e positiva para a saúde”, disse a analista médica da CNN Dra. Leana Wen, médica de emergência e professor de saúde pública da Universidade George Washington.

Evidências de qualidade moderada sugeriram que os participantes com maior consumo de bebidas açucaradas tinham maior peso corporal do que aqueles com menor consumo.

“Como pesquisador de nutrição que atuou nos Comitês Consultivos de Diretrizes Dietéticas dos EUA em 2010 e 2020, posso confirmar que a ingestão de açúcar na dieta nos EUA é mais que o dobro da quantidade recomendada e, embora o impacto direto do próprio açúcar oferece benefícios nutricionais mínimos, se houver, e substitui ainda mais os alimentos que o fazem ”, disse Linda Van Horn, professora emérita de medicina preventiva na Feinberg School of Medicine da Northwestern University.

A conexão entre o açúcar e doenças

A evidência de uma ligação entre açúcares livres e câncer tem sido limitada e controversa, e precisa de mais pesquisas, disseram os autores do estudo. No entanto, a descoberta, de acordo com o estudo, pode ser explicada pelos efeitos conhecidos do açúcar no peso: o alto consumo de açúcar tem sido associado à obesidade, que é um fator de risco para vários tipos de câncer. O mesmo vale para doenças cardiovasculares.

“A adição de açúcar pode promover inflamação no corpo, e isso pode causar estresse no coração e nos vasos sanguíneos, o que pode levar ao aumento da pressão arterial”, disse o cientista comportamental Brooke Aggarwal, professor assistente de ciências médicas na divisão de cardiologia do Columbia University.

No estudo, verificou-se também que alimentos altamente processados, que podem conter muito açúcar livre, aumentam a inflamação, um fator de risco para depressão.

“Os carboidratos integrais demoram mais para se decompor em açúcares simples, e uma parte deles – a fibra – não pode ser decomposta de forma alguma”, disse Maya Adam. “Isso significa que grãos inteiros e intactos não causam os mesmos picos de açúcar no sangue que experimentamos quando comemos açúcares simples. Picos de açúcar no sangue desencadeiam picos de insulina, que podem desestabilizar nossa glicose no sangue e ser a causa subjacente de problemas de saúde a longo prazo”.

Reduzindo a ingestão

As descobertas – em combinação com as orientações existentes da Organização Mundial da Saúde, do Fundo Mundial para Pesquisa do Câncer e do Instituto Americano para Pesquisa do Câncer – sugerem que as pessoas devem limitar a ingestão de açúcar livre a menos de 25 gramas, cerca de 6 colheres de chá, por dia.

Os autores também recomendam reduzir o consumo de bebidas açucaradas para menos de uma porção (cerca de 200 a 355 mililitros) por semana.

Para mudar os padrões de consumo de açúcar, os autores acreditam que “uma combinação de educação e políticas de saúde pública generalizadas em todo o mundo é “urgentemente necessária”. No entanto, há algumas mudanças que você pode começar a fazer por conta própria.

Esteja ciente do que você está colocando em seu corpo lendo os rótulos nutricionais ao fazer compras – mesmo os de alimentos que você pode não considerar doces, como pão, cereais matinais, iogurtes ou condimentos. Esses alimentos geralmente têm muito açúcar adicionado, disse Maya Adam.

Opte por água adoçada com rodelas de frutas em vez de bebidas açucaradas, e coma frutas frescas ou congeladas como sobremesa em vez de bolos, biscoitos ou sorvetes. Cozinhar e assar em casa com mais frequência é uma das melhores maneiras de reduzir a ingestão de açúcar, disse Aggarwal.

Dormir o suficiente e com boa qualidade também ajudaria, “já que tendemos a escolher alimentos com mais açúcar quando estamos cansados”.

“Nossas vidas provavelmente acabarão sendo mais doces com menos açúcar em nossas dietas”, completou a doutora Maya Adam.

Fonte: CNN BRASIL

Bullying: especialistas explicam como é possível lidar com a prática da intimidação

Abordagem multidisciplinar com a participação de familiares, profissionais da educação e dos serviços de saúde pode contribuir para minimizar os impactos da intimidação

O termo “bullying” tem origem no inglês a partir da palavra “bully”, que significa valentão ou agressor. A expressão passou a ser utilizada para descrever principalmente comportamentos abusivos e intimidadores entre crianças e adolescentes em ambiente escolar.

A origem do problema é multifacetada, envolvendo fatores sociais, culturais e psicológicos, além de questões familiares e da formação individual como falta de habilidades sociais, baixa autoestima, comportamentos agressivos aprendidos e a busca por poder e status social.

“A origem do bullying está na dificuldade humana de lidar com o diferente. Fala-se muito disso, mas a tolerância é uma das coisas mais difíceis para o ser humano praticar. Isso requer muita maturidade em todos os sentidos. Tem muitos adultos que a gente observa que têm muita dificuldade em lidar com a diferença, imaginem as crianças e adolescentes para os quais o mundo é um ‘senhor desconhecido’”, afirma a psicanalista Eliana Riberti Nazareth, docente da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo (SBPSP).

Por vezes, ataques violentos ocorridos em escolas no Brasil e no exterior são descritos como a consequência extrema em uma reação de vítimas de bullying que se tornam agressores. No entanto, especialistas em saúde mental afirmam que a associação entre bullying e episódios violentos é ainda mais complexa.

Nesse contexto, a abordagem multidisciplinar com a participação de familiares, profissionais da educação e dos serviços de saúde pode contribuir para minimizar os impactos da intimidação.

“É importante abordar o assunto com delicadeza e empatia, ouvir atentamente dando a oportunidade de falar sobre suas experiências e sentimentos em relação ao bullying, e isso os ajudará a se sentir mais seguros e confiantes. Validar seus sentimentos, mostrando que você entende o que eles estão passando. Oferecer apoio emocional. Discutir opções e estratégias tais como reportar o incidente à escola, buscar ajuda de um profissional de saúde mental, ou encontrar formas de se sentir mais seguros e reforçar a importância de falar sobre o problema com alguém de confiança”, afirma o psicólogo Ricardo Milito.

A médica Ana Márcia Guimarães, membro do Departamento Científico de Desenvolvimento e Comportamento da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP), afirma que o bullying pode ser apenas uma das causas de atentados violentos, que também têm origem em transtornos mentais sem tratamento.

“O agressor, que pode culminar em uma tragédia assim, tem um perfil que normalmente é de uma pessoa que foi vítima de bullying anteriormente. Então, é um adolescente agressivo, que não respeita regras, que não tem medo de autoridades. Um adolescente impulsivo pode culminar num comportamento assim de extrema impulsividade”, afirma Ana. “Às vezes, é um ato deliberado, planejado, calculado, por um transtorno de conduta, caminhando para um transtorno de personalidade”, completa.

Como reconhecer que uma criança ou adolescente é vítima de bullying?

Reconhecer que uma criança ou adolescente tem sido alvo de bullying pode ser um desafio. Muitas vezes, as vítimas não se sentem à vontade para contar o que está acontecendo, têm vergonha ou receio das consequências de revelar o problema. No entanto, existem alguns sinais que podem indicar que uma criança ou adolescente está sofrendo intimidação.

“Mudanças de comportamento e humor, podendo parecer mais triste, ansioso, retraído ou mais agressivo do que o normal. Evitar ir à escola ou participar de atividades que antes gostavam. Problemas físicos como lesões inexplicáveis, hematomas, arranhões, dores de cabeça ou de estômago com mais frequência do que o normal. Perda ou dano de pertences. Mudanças no desempenho escolar. Isolamento social ou dificuldade em fazer novas amizades são alguns sinais”, afirma Milito.

O psicólogo e professor de psicanálise Ronaldo Coelho destaca que crianças mais reservadas e introspectivas tendem a ser vítimas de intimidação nas escolas.

“Uma criança que sofre bullying tende a ser mais introvertida, na escola ela pode preferir ficar sozinha na hora do recreio, pode preferir ficar na sala de aula, ficar conversando com os professores em vez de brincar, buscar formas de ficar longe do ambiente onde as outras crianças possam ter acesso a ela e perturbá-la, violentá-la. Algumas só vão pedir para ir ao banheiro quando a aula começar, pois assim garantem que as crianças abusadoras não vão violentá-la no banheiro por estarem na sala de aula, por exemplo”, afirma.

O bullying pode ser classificado em diferentes tipos, como ações de violência física, verbal e psicológica. O entendimento sobre a forma como a intimidação é praticada pode ajudar a lidar de maneira mais eficiente com o problema, como explica o médico psiquiatra Gabriel Okuda, do Hospital Alemão Oswaldo Cruz.

“O bullying pode ser dividido em vários tipos, desde a parte física, com relação à violência física à violência psicológica, incluindo intimidações, chantagens, calúnias ou perseguições de qualquer aspecto, seja religioso, pela questão sexual ou pela aparência física. Também é dividido pela questão verbal, caracterizado muitas vezes por xingamentos, humilhações e até apelidos que são de mau gosto”, explica.

Com o amplo uso da internet e das redes sociais, o bullying virtual, também chamado de cyberbullying, passou a representar um impacto significativo na prática. “A internet hoje em dia é uma extensão da nossa vida. Isso acaba fazendo com que algum tipo de bullying nesse ambiente acabe tendo uma abrangência e alcance de pessoas muito grande”, diz Okuda.

Já os casos de bullying social estão relacionados à exclusão de um indivíduo do convívio social por um grupo de pessoas. “É importante termos essas delimitações e esses tipos definidos por que é a partir dessas delimitações conseguimos explicar um pouco melhor para a criança ou o adolescente que é vítima desse tipo de ação”, pontua.

Como pais e cuidadores podem lidar com o problema?

Criar um ambiente seguro e de apoio ao compartilhamento de preocupações pode ser um caminho para que a criança ou adolescente fale sobre o que está acontecendo.

“Conversar com a criança ou adolescente, buscando entender o que está acontecendo e como ela se sente é um caminho. Elas podem estar com medo ou envergonhadas de falar sobre o bullying. É importante ensinar habilidades sociais como se comunicar efetivamente, resolver conflitos de forma construtiva e desenvolver empatia e compaixão pelos outros. Além de encorajar a autoconfiança através de elogios e de incentivo”, afirma o psicólogo.

A orientação é compartilhada pela médica psiquiatra Jéssica Martani. “Estimule a comunicação, ajude seu filho a lidar com conflitos e ensine habilidades sociais e empatia. Ajude a estimular a autoconfiança e autoestima para que ele veja quais os talentos possui e que podem ajudá-lo”, diz.

Nesse contexto, o trabalho em parceria com a escola pode contribuir para resolver o problema, incluindo o fortalecimento da política de prevenção e intervenção ao bullying. Os especialistas sugerem medidas como o estabelecimento de um canal de denúncias, a realização de ações educativas e a aplicação de sanções disciplinares, além da  capacitação dos professores e demais funcionários da escola.

“É fundamental implementar medidas de prevenção e intervenção, promover a conscientização dos estudantes abordando temas como empatia, tolerância e o respeito pelas diferenças, estabelecer um ambiente escolar seguro como a instalação de câmeras de segurança, regras claras de convivência, envolver os pais e a comunidade realizando reuniões, palestras e outras atividades de conscientização e engajamento”, diz Milito.

Ronaldo Coelho afirma que caso a escola tenha um espaço instituído para se falar sobre as relações, esse tema pode ser abordado pelos mais diferentes caminhos até culminar em uma discussão da substituição da postura ética no lugar da força física.

“Um caminho que se possa compreender o uso da força e da violência como a falência da capacidade mental em lidar com problemas e conflitos. Porém, uma discussão complexa a esse nível precisaria ser muito bem pensada e estruturada pela escola, pensando na singularidade de cada turma e no momento do desenvolvimento em que cada um está, para que pudesse ser verdadeiramente efetiva”, diz.

A psicanalista e docente da Sociedade Brasileira de Psicanálise de São Paulo (SBPSP) Eliana Riberti Nazareth fala sobre a importância da integração entre família e escola diante de problemas.

“É importante os pais, quando estão passando por problemas dentro de casa, entre familiares, de conflitos entre entre si ou com outros parentes, que informem a escola, para que a escola fique mais atenta a aquele filho que pode estar sofrendo. E dentro de casa, às vezes, ele não manifesta sofrimento, ele vai manifestar no ambiente escolar”, afirma.

Vivência de um trauma

Vivenciar a experiência de um ataque violento em escola pode provocar trauma com consequências a longo prazo para a saúde mental de crianças e de adolescentes. A exposição a uma violência como essa é considerada um trauma de choque e que pode ter muitos desfechos, desde uma reação aguda ao estresse que dura poucos dias após o ocorrido até o transtorno do estresse pós-traumático que pode um longo prazo.

“Nas primeiras semanas após uma experiência como essa são esperados comportamentos que dizem de uma reação aguda ao estresse, tais como alteração do sono, pesadelos, sensação de alerta constante, aumento da ansiedade basal, dificuldade para relaxar, aumento da irritabilidade, tentativa de evitar contato com o local e com qualquer coisa que lembre a situação, então algumas crianças ou até mesmo os adultos envolvidos podem não querer retornar à escola ou podem também sentir o contrário de tudo isso, como se estivessem anestesiados”, explica a psicóloga especialista em traumas, Ediane Ribeiro.

Nessa fase, o cérebro e o corpo tentam lidar com a forte carga emocional recebida. Porém, se esses sinais e sintomas duram mais que algumas semanas, podem sinalizar para o desenvolvimento do transtorno do estresse pós-traumático, que precisa de uma atenção e cuidados especializados, segundo a psicóloga.

“Esse tipo de trauma tem dimensões individuais e coletivas e todas elas precisam ser consideradas. O suporte a todas as pessoas envolvidas diretamente – desde familiares da professora, a criança que era alvo da agressão, todas as crianças da escola e seus funcionários – se possível com uma intervenção precoce de profissional da área de saúde mental e emocional é a primeira medida”, avalia.

A especialista pondera que diante de um ataque não há como a escola voltar a funcionar normalmente, como se nada tivesse acontecido.

“Será preciso tratar do tema coletivamente, criar espaços para que alunos, professores e funcionários possam compartilhar suas sensações e tenham oportunidade não para falar do trauma em si, que pode nem ser tão indicado nesse momento, mas para juntos encontrarem rede de apoio e medidas de reestabelecimento do senso de segurança. Então, rodas de conversa, grupos de acolhimento são importantes dentro da escola nesse momento”, orienta.

Fonte: CNN BRASIL

Dieta mediterrânea reduz risco de demência em 23%. Veja cardápio!

Partiu dietinha? Pesquisadores descobriram algo incrível sobre a dieta mediterrânea: ela pode reduzir o risco de demência em 23%! Agora a queridinha das dietas ficou mais especial ainda, né? O cardápio tem como base pescados, grãos, cereais e muitas verduras, legumes e frutas. Nada de processados, como os industrializados.

O estudo, o maior em número de amostragem realizado sobre o assunto, foi realizado por pesquisadores da Universidade de Newcastle, Reino Unido. A pesquisa reuniu  60.298 pessoas acompanhando o desempenho individual por quase 10 anos.

Esses indivíduos foram avaliados com base no quanto a dieta que faziam correspondia às principais características do que é previsto na  mediterrânea clássica. No final, os pesquisadores concluíram que pessoas com esse tipo de dieta, reduziram o risco de demência em quase um quarto!

A pesquisa

Liderada por Oliver Shannon, o estudo acompanhou os indivíduos por quase uma década, ao longo desse período houveram 882 casos de demência.

Oliver e sua equipe também consideraram o risco genético que cada indivíduo participante do estudo tinha para a demência, o chamado risco poligênico, uma medida que leva em conta os diferentes genes que estão relacionados ao risco do paciente desenvolver demência.

“Nosso estudo sugere que comer uma dieta mais mediterrânea pode ser uma estratégia para ajudar as pessoas a reduzir o risco de demência”, afirmou Oliver.

Os autores ainda afirmaram que não houve interação significativa entre o risco poligênico de demência e as associações entre a adesão à dieta. Segundo eles, isso indica que mesmo para os indivíduos que têm risco genético alto, uma alimentação melhor pode sim reduzir a possibilidade de demência.

Para John Mathers, professor de Nutrição Humana em NewCastle, a notícia boa do estudo é a relação da dieta com a diminuição do risco da doença.

“Embora sejam necessárias mais pesquisas nessa área, isso fortalece a mensagem de saúde pública de que todos podemos ajudar a reduzir nosso risco de demência comendo uma dieta mais mediterrânea”, disse o pesquisador.

Além de Oliver Shannon, professor de Nutrição Humana e Envelhecimento de Newcastle, a pesquisa também teve a participação da professora Emma Stevenson, do professor David Llewellyn e pesquisadores do Consórcio NuBrain, financiado pelo Conselho de Pesquisa Médica.

Detalhe

Apesar do resultado magnífico da pesquisa, os pesquisadores alertam para um ponto muito importante. O estudo foi limitado a indivíduos que relataram sua origem étnica como branca, britânica e irlandesa, ou seja, ascendência europeia. Sendo assim, é necessário mais pesquisas em populações diversas para determinar se os benefícios se mantêm.

“O efeito protetor desta dieta contra a demência foi evidente independentemente do risco genético de uma pessoa e, portanto, é provável que seja uma escolha de estilo de vida benéfica para pessoas que procuram fazer escolhas alimentares saudáveis e reduzir o risco de demência”, afirmou Janice Ramsons, pesquisador da Universidade de Exeter.

Dieta Mediterrânea

A dieta se popularizou na década de 1950 e teve como o principal divulgador o médico norte-americano Ancel Keys.

Entre as características da dieta mediterrânea está o consumo de comida fresca e natural, que incluem verduras, legumes, frutas, verduras, cereais, grãos, oleaginosas, frutos do mar e gorduras boas.

Leites, queijos, além de vinho e carne vermelha entram na dieta, mas em pequenas quantidades, ok?

Seguidores da dieta Mediterrânea também priorizam a compra de produtos de produtores locais, sempre respeitando a sazonalidade dos produtos. Passam longe de ultraprocessados e prezam por um consumo mais amigo do meio ambiente, com baixa produção de CO2.

Além de reduzir o risco de demência, a dieta Mediterrânea também previne o câncer, contribui para a proteção de aterosclerose e trombose, além de fornecer vitaminas e nutrientes muito necessários para o bom funcionamento do nosso corpo.

Cardápio

Eu sempre quero te ajudar, você já percebeu, né?

Pega aí um cardápio super completo pra você começar a botar em prática a dieta Mediterrânea e reduzir o risco de diversas doenças!

  • Café da manhã

Opção 1 – Vitamina de leite desnatado com mamão + pão integral com ricota.

Opção 2 – Torradas integrais + ovo + manteiga + castanhas + chá de casca de abacaxi.

  • Almoço

Opção 1 – Peito de frango grelhado + molho de tomate + arroz integral + lentilha.

Opção 2 – Macarrão integral + atum + molho pesto + tomate cereja + espinafre.

  • Lanche da Tarde

Opção 1 –  Iogurte natural + sementes de chia.

Opção 2 –  iogurte natural + 1 pão integral com queijo cottage + morangos.

  • Jantar

Opção 1 – Omelete de espinafre  + berinjela gratinada + 1 laranja.

Opção 2 – Coxa de frango + salada de alface, tomate e repolho roxo + vagem + batata.

Fonte: SoNotíciaBoa

Hoje tem Santa Ceia com os Pastores Juanribe e Giancarlo Pagliarin na Sede Nacional da Paz e Vida!

Hoje é dia de celebrar o Rei dos reis, o Senhor dos senhores na Santa Ceia do Senhor Jesus!

Os pastores Juanribe e Giancarlo Pagliarin te aguardam para ministrar a sua vida e orar por você! Participe! Aproveite esta oportunidade para ter o seu coração edificado e consolado.

Anote o endereço da Sede Nacional da Paz e Vida: Avenida Cruzeiro do Sul, 1965, Santana, pertinho do Metrô Portuguesa-Tietê e com amplo estacionamento gratuito para carros e motos.

As reuniões acontecem às 10 e também às 19 horas. Na reunião da noite, o Fundador e Presidente da Paz e Vida vai levar uma palavra ao coração dos pastores, líderes e obreiros em forma de videotransmissão da Sede Nacional para todas as Sedes do Brasil e de Portugal.

Se você está fora de São Paulo, assista pelo youtube.com/@juanribe e tenha a sua vida edificada!

Compareça!

Por Pra. Daniela Porto

Hoje em todas as unidades de Paz e Vida participe Santa Ceia Especial de Páscoa!

Jesus ressuscitou! Essa é a verdadeira Páscoa de todos aqueles que receberam Jesus como Único, Suficiente, Exclusivo e Eterno Salvador. Hoje é dia de celebrar a vida Daquele que mais importa: Jesus Cristo.

Daremos continuidade também à Campanha de Oração: “As 12 Bênçãos do Monte Gerizim” e os pastores estarão orando por sucesso e abundância na sua vida e de sua família!

Participe! Escolha um dos horários e compareça!

As reuniões acontecem hoje no Brasil às 8h, 15h e 18h. E em Portugal, às 10h, 15h e 18h. Na Sede Nacional, em São Paulo, temos 5 reuniões: às 6h30, 8, 10, 15 e 18 horas.

Para mais endereços de Paz e Vida, acesse:  https://www.pazevida.org.br/enderecos

Jesus venceu e ressuscitou! Celebre hoje conosco!

Por Pra. Daniela Porto

A verdadeira Páscoa!

Em cerca de 1440 a.C., para que os filhos de Israel fossem libertados da escravidão no Egito e escapassem da morte, cada família recebeu de Deus a orientação de sacrificar um cordeiro perfeito, sem defeito e sem mancha, e espargir o sangue sobre o madeiro da porta de cada casa.

À meia-noite, quando a morte veio sobre o Egito, o sangue do cordeiro no madeiro sinalizava que as pessoas ali tinham a cobertura de Deus, e a morte passou por cima, poupando aquelas vidas (Êx 12).

Naquela noite, todas as casas do Egito tinham um cadáver, menos as casas dos judeus que estavam marcadas pelo sangue do cordeiro. Em comemoração àquele livramento e libertação, Deus ordenou que o povo anualmente celebrasse a Páscoa (em hebraico Pessach, que significa “passagem”), sacrificando um cordeiro perfeito, para lembrar a passagem da morte por sobre suas cabeças.

Desde a saída do Egito até João Batista, cerca de mil, quatrocentos e quarenta páscoas foram celebradas ou lembradas, de modo que a figura do sangue do cordeiro que livra da morte e liberta já estava bem arraigada no consciente coletivo do povo de Israel.

Quando João Batista, em duas ocasiões diferentes apontou para Jesus e disse: “Eis o Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo” (Jo 1:29,34), aquela declaração era perfeitamente compreensível para os seus ouvintes. Contudo, ao mesmo tempo, era muito intrigante: Como um homem poderia ser o cordeiro que livrava da morte?

João, o maior profeta já nascido de mulher (Lc 7:28), estava profetizando, três anos antes, que Jesus seria sacrificado na Páscoa, como Cordeiro perfeito, sem defeito e sem mancha, para libertar o ser humano da escravidão do pecado e, com seu sangue puro espargido no madeiro da cruz, livrar da morte toda pessoa que tem a cobertura do seu sangue!

Este plano de Deus foi traçado bem antes de o ser humano existir, porque Deus já sabia que a humanidade se tornaria escrava do pecado e precisaria ser libertada por alguém mais forte que o pecado e a morte (Jo 10:17-18, Ap 5:9-14, 13:8 e I Pe 1:18-20).

Todos os que são libertos pelo sangue do Cordeiro devem participar da sua carne e do seu sangue, através do pão e do cálice (Mt 26:26-28, Lc 22:20). (Juanribe Pagliarin, Jesus, a Vida Completa, p. 49).

Por isto, venha amanhã em uma das unidades de Paz e Vida e celebre a Santa Ceia do Senhor Jesus de Páscoa conosco. Para saber onde tem uma Paz e Vida pertinho de você, acesse: pazevida.ogr.br/enderecos

Esses são os nossos horários: no Brasil às 8h, 15h e 18h. E em Portugal, às 10h, 15h e 18h. Na Sede Nacional, em São Paulo, temos 5 reuniões: às 6h30, 8, 10, 15 e 18 horas.

Venha celebrar o Rei dos reis!

Por Pra. Daniela Porto

Participe hoje da Campanha de Oração: Os 7 livramentos de Deus

O que tem tirado o seu sono e a sua paz? Que situação é esta que você está vivendo que necessita de um milagre do Pai?

Você é o nosso convidado a participar hoje de uma das nossas reuniões e entregar a Deus aquilo que você não tem controle e não consegue fazer.

Nossas reuniões acontecem às 9, 15 e 19h nas nossas unidades no Brasil. E em Portugal, às 9h, 15h e 20h!

Acesse: pazevida.org.br/enderecos e veja nossos endereços!

Participe!

Por Pra. Daniela Porto

Quinta da Visão com Bianca Pagliarin: hoje na Sede Nacional da Paz e Vida

Hoje um leque de estratégias se abrirão para você que vier participar desta edificante reunião com Bianca Pagliarin.

A Quinta da Visão acontece todas as semanas, sempre às 19 horas e visa te ajudar a passar de um mero sonhador a alguém que realiza sonhos e vive todos os projetos de Deus para sua vida.

Não perca esta oportunidade única e venha ser cheio de estratégias e conhecimentos

Bianca Pagliarin te aguarda na Avenida Cruzeiro do Sul, 1965 – Santana – São Paulo, com amplo estacionamento gratuito e departamento infantil funcionando para receber os seus filhos.

Compareça!

Nova vacina nasal contra Covid-19 mostra potencial após testes na Alemanha

Imunizante usa forma viva, mas enfraquecida, do coronavírus.

Cientistas na Alemanha dizem que conseguiram produzir uma vacina nasal que pode interromper uma infecção por Covid-19 no nariz e na garganta, onde o vírus se estabelece pela primeira vez no corpo. Em experimentos com hamsters, duas doses da vacina, que é feita com uma forma viva, mas enfraquecida, do coronavírus, impediu que o vírus se copiasse nas vias aéreas superiores dos animais – alcançando a chamada “imunidade esterilizante” e prevenindo a doença.

Embora esta vacina tenha vários outros obstáculos para superar antes de chegar a um consultório médico ou farmácia, outras vacinas nasais já estão em uso ou atingindo o final de ensaios clínicos.

A China e a Índia lançaram vacinas administradas por meio de tecidos nasais no ano passado, embora não esteja claro o quão bem elas estejam funcionando.

Estudos sobre a eficácia dessas vacinas ainda não foram publicados, deixando o mundo se perguntando se essa abordagem de proteção realmente funciona nas pessoas.

Vacinas de próxima geração

Os Estados Unidos chegaram a um impasse com a Covid-19. Mesmo com os dias mais sombrios da pandemia para trás, centenas de americanos ainda morrem diariamente, enquanto a infecção continua presente no retorno à vida normal.

Enquanto o vírus continuar a se espalhar entre pessoas e animais, sempre haverá a possibilidade de ele se transformar em uma versão mais contagiosa ou mais prejudicial de si mesmo.

E embora as infecções por Covid tenham se tornado controláveis para a maioria das pessoas saudáveis, elas ainda podem representar um perigo para grupos vulneráveis, como idosos e imunocomprometidos.

Os pesquisadores esperam que as vacinas de próxima geração, que visam desligar o vírus antes que ele tenha a chance de nos deixar doentes e, finalmente, impedir a propagação da infecção, possam fazer com que essa infecção respiratória não seja uma ameaça.

Uma maneira pela qual os cientistas estão tentando fazer isso é aumentando a imunidade da mucosa, reforçando as defesas imunológicas nos tecidos que revestem as vias aéreas superiores, exatamente onde o vírus chegaria e começaria a infectar nossas células.

É um pouco como colocar bombeiros sob o alarme de fumaça em sua casa, diz o autor do estudo Emanuel Wyler, cientista do Centro Max Delbruck de Medicina Molecular da Associação Helmholtz em Berlim.

A imunidade criada pelas injeções funciona em todo o corpo, mas reside principalmente no sangue. Isso significa que pode levar mais tempo para fornecer uma resposta.

“Se eles já estiverem no local, podem eliminar o fogo imediatamente, mas se estiverem a cerca de três quilômetros de distância, primeiro precisam dirigir até lá e, nesse momento, um terço da casa já está em chamas”, relacionou Wyler em entrevista à CNN.

As vacinas que atuam nas mucosas também são melhores para preparar um tipo diferente de resposta do que as injeções. Elas funcionam melhor ao convocar anticorpos IgA, que têm quatro “braços” para agarrar os invasores, em vez de apenas os dois “braços” que os anticorpos IgG em forma de “y” têm.

Alguns cientistas compreendem que os anticorpos IgA podem ser menos “exigentes” quanto aos seus alvos do que os anticorpos IgG, o que os torna melhor preparados para lidar com novas variantes.

Essa vacina nasal em questão adota uma nova abordagem para uma ideia muito antiga: enfraquecer um vírus para que ele não seja mais uma ameaça e depois administrá-lo às pessoas para que seu sistema imunológico aprenda a reconhecê-lo e combatê-lo.

As primeiras vacinas com essa abordagem datam da década de 1870, contra antraz e raiva. Naquela época, os cientistas enfraqueceram os agentes que estavam usando com calor e produtos químicos.

Os pesquisadores manipularam o material genético do vírus para dificultar a tradução das células. Essa técnica, chamada de desotimização de pares de códons, faz com que o vírus possa ser identificado pelo sistema imunológico sem deixar o corpo doente.

“Você pode imaginar ler um texto… e cada letra é uma fonte diferente, ou cada letra tem um tamanho diferente, então o texto é muito mais difícil de ler. E isso é basicamente o que fazemos na desotimização de pares de códons”, explicou Wyler em entrevista à CNN.

Resultados promissores em estudos com animais

Nos estudos com hamsters, publicados nesta segunda-feira (3) na revista Nature Microbiology, duas doses da vacina nasal que usa a forma viva, mas enfraquecida, do vírus criaram uma resposta imune muito mais forte do que duas doses de uma vacina baseada em mRNA ou uma que usa um adenovírus para transportar instruções da vacina nas células.

Os pesquisadores acham que a vacina “viva”, mas enfraquecida, provavelmente funcionou melhor porque imita de perto o processo de uma infecção natural.

A vacina nasal também apresenta o coronavírus completo para o corpo, não apenas suas proteínas spike, como fazem as vacinas atuais contra a Covid-19, de modo que os hamsters foram capazes de fabricar “armas imunológicas” contra uma gama mais ampla de alvos.

Por mais promissor que tudo isso pareça, os especialistas em vacinas ressaltam que é necessário cautela. Esse imunizante ainda precisa passar por mais testes antes de estar pronto para uso, mas eles pontuam que os resultados até agora parecem encorajadores.

“Eles fizeram um trabalho muito legal. Esta é obviamente uma equipe competente e atenciosa que fez este trabalho e impressionante no escopo do que fez. Agora só precisa ser repetido”, talvez em primatas e certamente em humanos antes que possa ser amplamente utilizado, disse o Dr. Greg Poland, que projeta vacinas na Mayo Clinic. Ele não estava envolvido na pesquisa em questão.

O estudo começou em 2021, antes da variante Ômicron existir, então a vacina testada nesses experimentos foi feita com a cepa original do vírus.

Nos experimentos, quando eles infectaram animais com a Ômicron, a vacina nasal “viva”, mas enfraquecida, ainda teve um desempenho melhor do que as outras, mas sua capacidade de neutralizar o vírus foi diminuída. Os pesquisadores acham que ela precisará de uma atualização.

O imunizane também precisa ser testado em humanos, e Wyler diz que eles estão trabalhando nisso. Os cientistas informaram que fizeram parceria com uma empresa suíça chamada RocketVax para iniciar os ensaios clínicos de fase um.

Outras vacinas estão mais adiantadas, mas o progresso tem sido “lento e hesitante”, observou Poland. Os grupos que trabalham com essas vacinas estão lutando para aumentar os altos custos de colocar um novo imunizante no mercado, e estão fazendo isso em um ambiente em que as pessoas pensam que essa disputa foi vencida e concluída.

Na realidade, estamos longe disso, ponderou Poland. Bastaria outra mudança no nível Ômicron na evolução do vírus e poderíamos voltar à estaca zero, sem ferramentas contra o coronavírus.

“Isso é tolice. Deveríamos estar desenvolvendo uma vacina pan-Coronavírus que induza a imunidade da mucosa e que seja de longa duração”, advertiu.

Outros imunizantes em desenvolvimento

Pelo menos quatro vacinas nasais para Covid-19 atingiram o estágio final de teste em pessoas, de acordo com o rastreador de vacinas da Organização Mundial da Saúde (OMS).

As vacinas nasais já em uso na China e na Índia dependem de adenovírus inofensivos para transportar suas instruções para as células, embora os dados de eficácia para elas não tenham sido publicados.

Dois outros imunizantes nasais estão com os estudos em humanos perto do fim.

Um deles, uma vacina recombinante que pode ser produzida a baixo custo em ovos de galinha, da mesma forma que muitas vacinas contra a gripe, está sendo testada por pesquisadores do Monte Sinai, na cidade de Nova York.

Outra, como a vacina alemã, usa uma versão viva, mas enfraquecida, do vírus. Está sendo desenvolvida por uma empresa chamada Codagenix. Os resultados desses estudos, que foram realizados na América do Sul e na África, podem sair ainda este ano.

A equipe alemã diz que está observando ansiosamente os dados da Codagenix. “Eles serão muito importantes para sabermos onde esse tipo de tentativa é basicamente promissora ou não”, destacou Wyler.

Mas eles têm motivos para se preocupar. As infecções respiratórias provaram ser alvos difíceis para as vacinas inaladas.

A FluMist, que usa uma forma viva, mas enfraquecida do vírus da gripe, funciona razoavelmente bem em crianças, mas não ajuda tanto os adultos. Acredita-se que o motivo seja que os adultos já têm memória imunológica para a gripe e, quando o vírus é injetado no nariz, a vacina aumenta principalmente o que já está lá.

Ainda assim, algumas das vacinas mais potentes, como a contra sarampo, caxumba e rubéola, usam vírus vivos atenuados, por isso é uma abordagem promissora.

Outra consideração é que as vacinas “vivas” não podem ser tomadas por todos. Pessoas com imunidade muito comprometida são frequentemente advertidas contra o uso de vacinas vivas porque mesmo esses vírus muito enfraquecidos podem ser arriscados para eles.

Fonte: CNN BRASIL

Uma em cada seis pessoas no mundo sofre de infertilidade, diz OMS; entenda as causas

Infertilidade é uma condição do sistema reprodutor masculino ou feminino, definida pela incapacidade de se conseguir uma gravidez após 12 meses ou mais de relações sexuais regulares sem preservativos.

Um grande número de pessoas é afetado pela infertilidade durante a vida, de acordo com um novo relatório publicado nesta segunda-feira (3) pela Organização Mundial da Saúde (OMS). Cerca de 17,5% da população adulta – em torno de 1 em cada 6 pessoas em todo o mundo – sofre de infertilidade, mostrando a necessidade urgente de aumentar o acesso a cuidados de saúde acessíveis e de alta qualidade.

As novas estimativas mostram variação limitada na prevalência de infertilidade entre as regiões. As taxas são comparáveis para países de renda alta, média e baixa, indicando que esse é um grande desafio de saúde globalmente. A prevalência ao longo da vida foi de 17,8% em países de alta renda e 16,5% em países de baixa e média renda.

A infertilidade é uma condição do sistema reprodutor masculino ou feminino, definida pela incapacidade de se conseguir uma gravidez após 12 meses ou mais de relações sexuais regulares sem preservativos. O problema pode causar sofrimento significativo, estigma e dificuldades financeiras, afetando o bem-estar mental e psicossocial das pessoas.

A OMS alerta que apesar da magnitude do problema, as soluções para a prevenção, diagnóstico e tratamento da infertilidade – incluindo tecnologia de reprodução assistida, como fertilização in vitro – permanecem subfinanciadas e inacessíveis para muitos devido aos altos custos, estigma social e disponibilidade limitada.

“O relatório revela uma verdade importante – a infertilidade não discrimina”, disse Tedros Adhanom, diretor-geral da OMS. “A grande proporção de pessoas afetadas mostra a necessidade de ampliar o acesso aos cuidados de fertilidade e garantir que esse problema não seja mais deixado de lado nas pesquisas e políticas de saúde, de modo que formas seguras, eficazes e acessíveis de alcançar a paternidade estejam disponíveis para aqueles que a procuram”, completa.

Atualmente, na maioria dos países, os tratamentos de fertilidade são em grande parte financiados pelo próprio bolso – muitas vezes resultando em custos financeiros para as famílias.

De acordo com o novo relatório da OMS, as pessoas nos países mais pobres gastam uma proporção maior de sua renda com cuidados de fertilidade em comparação com as pessoas nos países mais ricos. Além disso, custos altos frequentemente impedem as pessoas de acessar tratamentos ou, alternativamente, podem catapultá-las para a pobreza como consequência da procura de assistência na área.

“Milhões de pessoas enfrentam custos catastróficos com a saúde depois de procurar tratamento para a infertilidade, tornando isso um grande problema de equidade e, muitas vezes, uma armadilha de pobreza médica para as pessoas afetadas”, disse Pascale Allotey, diretora de Saúde e Pesquisa Sexual e Reprodutiva da OMS, incluindo o Programa Especial das Nações Unidas de Pesquisa, Desenvolvimento e Treinamento em Pesquisa em Reprodução Humana. “Políticas melhores e financiamento público podem melhorar significativamente o acesso ao tratamento e proteger as famílias mais pobres de cair na pobreza como resultado”.

Embora o novo relatório mostre evidências convincentes da alta prevalência global de infertilidade, ele destaca uma persistente falta de dados em muitos países e algumas regiões. O documento cobra maior disponibilidade de dados nacionais sobre infertilidade desagregados por idade e por causa para ajudar na quantificação do problema, bem como distinguir quem precisa de cuidados de fertilidade e como os riscos podem ser reduzidos.

“Infelizmente, no Brasil os tratamentos de reprodução assistida são caros e não fazem parte do rol da ANS [Agência Nacional de Saúde Suplementar]. Por isso, não são cobertos pela maior parte dos planos de saúde. Infertilidade é uma doença que faz parte inclusive da classificação internacional de doenças, o famoso CID, mas ainda não é tratada como tal no Brasil”, afirma a médica ginecologista Natália Ramos Seixas, da clínica de saúde feminina Oya Care.

O que explica o aumento da infertilidade no mundo

A infertilidade está relacionada a fatores associados à mulher, ao homem ou a uma combinação dos dois. Características hormonais e genéticas, além de questões associadas ao comportamento, como tabagismo, abuso de álcool ou drogas e de anabolizantes contribuem para o desenvolvimento do problema.

No caso das mulheres, diferentes fatores podem influenciar na capacidade de engravidar, como questões associadas ao processo de ovulação, ao útero e sequelas causadas por infecções.

Fatores hormonais, genéticos e infecciosos são algumas das causas da infertilidade masculina. No caso do homem, as principais alterações no organismo que podem dificultar a reprodução podem ser vistas em um exame chamado espermograma, capaz de detectar a quantidade e concentração de espermatozoides, além de características como mobilidade e formato dos gametas.

“Os índices elevados de infertilidade no mundo podem ser explicados por diversos fatores. Um deles é a idade materna avançada, a principal causa de infertilidade no mundo. Atualmente, do ponto de vista reprodutivo, acima de 35 anos já consideramos uma idade materna avançada, uma vez que temos uma diminuição importante da quantidade e da qualidade dos óvulos que não são repostos no decorrer da vida da mulher ou da pessoa com ovário”, explica a médica ginecologista.

“Em seguida, temos também o fator masculino que corresponde a aproximadamente 40% dos casos de infertilidade conjugal. Em relação à tendência de aumento mundial do problema, de fato, podemos dizer que a infertilidade é um problema que tende a aumentar cada vez mais”, completa a especialista.

A consulta regular ao ginecologista é recomendada como parte do acompanhamento da saúde da mulher desde o início da adolescência. Além da avaliação hormonal e da saúde feminina como um todo, são comuns orientações sobre prevenção a infecções sexualmente transmissíveis e métodos contraceptivos.

“Hábitos de vida como sedentarismo, tabagismo, uso de álcool e drogas, aumento dos índices de sobrepeso e de obesidade, todos colaboram para o aumento de números de infertilidade não só no Brasil, mas em todo o mundo”, destaca Natália.

A melhor forma de prevenção da infertilidade é através de um aconselhamento médico individual das pessoas, afirma a médica.

“Durante o aconselhamento sobre a vida reprodutiva, a pessoa vai ser orientada sobre os seus riscos individuais baseada em sua reserva ovariana no caso das mulheres, doenças prévias e hábitos de vida. Além disso, hoje contamos com diversos exames complementares que podem nos auxiliar no diagnóstico precoce de fatores de risco para a infertilidade. Aqui, eu destaco os exames para avaliação da reserva ovariana, o ‘estoque de óvulos’ das mulheres, como a dosagem do hormônio antimülleriano e o ultrassom transvaginal com a contagem de folículos antrais”, explica.

Avanços contribuem para ajudar a engravidar

Pessoas com dificuldade para engravidar podem se beneficiar de métodos avançados da medicina no campo da reprodução.

Uma delas é o coito programado, que consiste no controle da ovulação da mulher e orientação para as relações sexuais no período de maior probabilidade de gravidez.

“O coito programado pode ser feito em um ciclo natural, em que a mulher não usa medicação nenhuma ou em um ciclo com medicação para aumentar a ovulação. A vantagem de se fazer o coito programado com indução de ovulação é que as chances de engravidar aumentam, mas também aumentam os riscos de gestação múltipla”, afirma a médica ginecologista Silvana Chedid Grieco, do Hospital Sírio-Libanês, de São Paulo.

A fertilização in vitro, criada há 45 anos, ainda é uma ferramenta disponível para quem apresenta uma dificuldade maior de gravidez natural.

“A amostra de esperma é preparada em laboratório e o médico, com uma pequena sonda, coloca o esperma dentro do útero da mulher, através do colo do útero. Os espermatozoides ‘nadam’ dentro do útero e vão até as trompas, onde vão encontrar os óvulos que foram produzidos e serão fertilizados”, explica.

A médica ginecologista da Oya Care afirma que o congelamento de óvulos é um método seguro e eficaz e deixou de ser considerado experimental.

“Os estudos trazem de evidência científica que por dez anos esses óvulos se mantêm saudáveis mas, na prática, eles se mantêm saudáveis ‘ad aeternum’. Congelamento é uma técnica antiga, usada no início. Hoje, chamamos de vitrificação de óvulos, um congelamento rápido. Os estudos vão sair ao longo das próximas décadas, mas com a prática clínica estamos percebendo que esses óvulos não envelhecem.

A especialista explica que o procedimento permite a postergação da maternidade e previne a reduzir os riscos de doenças genéticas.

“No caso de uma mulher que congelou com 35 anos e pretende engravidar aos 45 anos, os óvulos dela vão ter o potencial de quando eles foram congelados, o que diminui os riscos de malformações e de doenças cromossômicas”, diz.

Sobre o relatório

O relatório da OMS fornece informações sobre a prevalência global e regional de infertilidade a partir da análise de todos os estudos relevantes de 1990 a 2021, levando em consideração diferentes abordagens de estimativa.

A busca identificou 12.241 registros de estudos potencialmente relevantes em todo o mundo. A triagem desses registros levou à seleção de 133 estudos que foram incluídos na análise do relatório.

A partir deles, pontos de dados relevantes foram usados para gerar estimativas agrupadas, para a prevalência de infertilidade ao longo da vida e do período.

Fonte: CNN BRASIL